Criança autista é expulsa de consultório na Unidade de Pediatria de Palmeira dos Índios
Na tarde desta quarta-feira, 4 de dezembro, um episódio envolvendo uma criança autista e uma médica pediatra causou indignação na Unidade de Pediatria de Palmeira dos Índios. De acordo com o relato de uma mãe à Tribuna do Sertão, seu filho, diagnosticado com autismo, foi convidado a se retirar do consultório por estar "atrapalhando" o atendimento.
A mãe, visivelmente abalada, preferiu não se identificar por ser funcionária da prefeitura, mas narrou o ocorrido com detalhes. Segundo ela, a médica solicitou que ambos deixassem a sala durante a consulta, comportamento que gerou revolta e indignação diante do que ela considera uma postura "antiprofissional e desumana".
Desrespeito e falta de preparo
O caso levanta questionamentos sobre o preparo e a sensibilidade no atendimento a crianças com necessidades especiais. A atuação de um profissional de saúde vai além do conhecimento técnico, exigindo empatia e respeito às condições particulares de cada paciente. O comportamento relatado não apenas fere o compromisso ético da profissão médica, mas também revela um grave despreparo na abordagem de pacientes neurodivergentes.
Repercussão e cobrança de providências
O episódio já repercute nos bastidores políticos e na sociedade civil de Palmeira dos Índios. O descaso expõe falhas na gestão da saúde pública, especialmente no treinamento e supervisão dos profissionais contratados. Cidadãos e organizações esperam uma posição da Secretaria Municipal de Saúde, bem como uma apuração rigorosa do caso e a aplicação das medidas cabíveis.
"É inadmissível que uma mãe e seu filho, ainda mais em situação de vulnerabilidade, sejam tratados dessa forma por quem deveria prestar assistência e acolhimento. Essa atitude precisa ser repudiada e corrigida imediatamente," afirmou um representante da comunidade local, que preferiu não se identificar.
Direitos das crianças autistas
A legislação brasileira, por meio da Lei 12.764/2012 (Lei Berenice Piana), assegura a proteção dos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), incluindo o acesso a atendimento digno e humanizado. O ocorrido em Palmeira dos Índios é um lembrete da necessidade de maior fiscalização, treinamento e conscientização para evitar violações desse tipo.
A Tribuna do Sertão seguirá acompanhando o caso e cobrando respostas das autoridades responsáveis.