Texto histórico revela que, em 1924, ano da emancipação, Arapiraca tinha apenas 300 casas
Passados 100 anos, a cidade conta hoje com mais de 70 mil imóveis
Uma pesquisa realizada pelo procurador aposentado Antônio Arecippo, com base em publicação do extinto Jornal de Alagoas, edição de 30 de outubro de 1924, ano data da emancipação política de Arapiraca do município de Limoeiro de Anadia, lança luz sobre fatos até então desconhecidos da maioria da população da segunda maior cidade de Alagoas.
No periódico, a reportagem detalha que a então vila de Arapiraca emancipada tinha 300 casas e cerca de 15 mil habitantes, entre residentes e visitantes que chegavam ao lugar para realizar negócios e comercializar seus produtos na feira livre.
Por falar em atividades produtivas, ainda de acordo com o Jornal de Alagoas, na edição de 30 de outubro de 1924, havia um predomínio de indústrias de farinha, a conhecida feira livre e a indústria pastoril, com a criação de gado e pequenos animais para comercialização.
Riquezas
Arapiraca também possuía um solo fértil e com riquezas minerais. O texto do periódico revela que estudos geológicos da época apontavam para uma jazida com 100 mil toneladas de ferro com 73% de pureza e fonte de água mineral que era utilizada pelos moradores e visitantes para o tratamento de problemas do estômago e até a melhora dos sintomas da gripe.
O jornal dedicou um texto exclusivo para detalhar a chegada da comitiva do governador Costa Rêgo à cidade recém-emancipada.
A caravana das autoridades era formada por um caminhão Ford e mais seis veículos, que chegaram a Limoeiro de Anadia e depois seguiram até Arapiraca, onde foram recebidos com alvorada de 21 tiros, hasteamento das bandeiras, missa celebrada por Dom Jonas Batinga, bispo de Penedo, solenidade de posse da Junta Governativa, formada por Esperidião Rodrigues, Manoel Lúcio (avô de Jarbas Lúcio), Domingos Lúcio, Aprígio Jacinto e Antônio Romualdo.
A então Vila de Arapiraca pertencente a Limoeiro de Anadia foi elevada à condição de município no dia 30 de maio de 1924, por meio de sanção do Projeto de Lei pelo governador Fernandes Lima, que encaminhou o telegrama ao Major Esperidião Rodrigues, o emancipador de Arapiraca. O projeto de Lei foi de autoria do deputado estadual Odilon Auto. A Lei n.1.009 foi aprovada na Assembleia Legislativa Estadual no dia 30 de maio de 1924 e sancionada pelo governador Fernandes Lima no mesmo dia. Por questões jurídicas e administrativas, o recém-criado município de Arapiraca foi anexado à Comarca de Palmeira dos Índios, por meio do Decreto Número 1.071, de 24 de setembro de 1924. Em 17 de outubro de 1924, através do Decreto Número 1.078, o governador Costa Rêgo nomeou a Junta Governativa para administrar Arapiraca.
Desenvolvimento e qualidade de vida
No próximo dia 30 de outubro, Arapiraca celebra o centenário de sua emancipação política, e os moradores têm muito o que comemorar. De antiga vila pertencente a Limoeiro de Anadia, nos últimos anos, a cidade já respira desenvolvimento e qualidade de vida. O antigo lugar com apenas 300 casas, devido à força de trabalho e visão empreendedora de sua gente, cresceu e se desenvolveu. De acordo com a mais recente estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Arapiraca tem hoje 243.661 habitantes e mais de 70 mil imóveis. Sua economia pujante é formada por mais de 24 mil empresas, entre as de grande, médio e pequeno porte que geram empregos e fazem da cidade um lugar acolhedor e com qualidade de vida. A prova disso foi o recente prêmio internacional conquistado com a construção da Ciclovia do Trabalhador, que recebeu o Prêmio Smart City de Mobilidade Urbana. A cidade está com mais de 76% de seu parque com iluminação em LED, mais de 200 km de ruas e avenidas pavimentados, o entorno do Lago da Perucaba recebeu nova urbanização, a Marginal do Riacho Piauí avança em sua urbanização para o encontro com o Bosque das Arapiracas e o Centro de Convenções está com mais de 90% de suas obras já concluídas para tornar a cidade um grande centro de turismo de negócios e eventos.