CONTRASTE ALARMANTE

Candidato a prefeito de Rio Largo recebe menos recursos do que candidatoa vereador em Palmeira, mas mantém candidatura

O PT, o nepotismo e a desigualdade na distribuição de recursos em Alagoas

Por Redação Publicado em 03/09/2024 às 10:30

A recente revelação sobre a distribuição dos recursos do fundo partidário pelo PT em Alagoas expôs as imoralidades e contradições que corroem a ética de um partido que se autoproclama defensor da justiça social.

Silvano Vieira, candidato a prefeito de Rio Largo, a terceira maior cidade de Alagoas, foi deixado à própria sorte com um recurso irrisório de apenas R$ 10 mil, destinado a cobrir toda a sua campanha eleitoral. Este valor, que mal seria suficiente para financiar a candidatura a síndico de um prédio, foi disponibilizado em uma cidade onde o poderio econômico de figuras como Gilberto Gonçalves domina o cenário político.



Enquanto Silvano Vieira luta com uma campanha de recursos escassos, tendo que "fazer milagres", o nepotismo e o apadrinhamento político florescem em outra parte do estado. Em Palmeira dos Índios, quarta maior cidade de Alagoas, Aníbal Duarte, candidato a vereador e filho do presidente municipal do PT, Pedro Paulo Duarte, recebeu sozinho mais recursos do que Silvano. Este contraste gritante revela a face obscura da política partidária, onde a meritocracia é deixada de lado em favor dos interesses familiares e do apadrinhamento.



É uma afronta à própria base do partido, que vê seus ideais de igualdade e justiça serem desrespeitados. O caso de Rio Largo é emblemático: Silvano, com sua candidatura "puro sangue" do PT, enfrenta o desafio de competir com outros cinco candidatos, todos apoiados por forças políticas e econômicas poderosas, enquanto o partido que deveria apoiá-lo vira as costas. A mensagem que fica é clara: a lealdade ao partido não é recompensada, a menos que você tenha as conexões certas.

Esse episódio lamentável levanta questões sérias sobre a gestão e a distribuição dos recursos partidários, expondo a hipocrisia de um partido que, em teoria, deveria defender os interesses dos menos favorecidos. Em vez disso, privilegia aqueles que já estão próximos do poder, perpetuando um ciclo de desigualdade e injustiça.

O que aconteceu em Rio Largo é um reflexo de um sistema político falido, onde o nepotismo e o apadrinhamento continuam a reinar, mesmo em partidos que se dizem progressistas. O futuro do PT em Alagoas depende de sua capacidade de corrigir esses erros e se reconectar com os princípios que uma vez o guiaram. Caso contrário, sua base de apoio pode continuar a se desintegrar, e a voz dos verdadeiros defensores da justiça social, como Silvano Vieira, será silenciada.