MERCADO FINANCEIRO

Ibovespa cai após 11 altas, puxado por ações ligadas a commodities, apesar de NY positiva

BOLSAS; IBOVESPA

Publicado em 16/07/2024 às 08:44
ibovespa Reprodução

A valorização dos índices de ações norte-americanos e o alívio na curva futura e no dólar ante o real são insuficientes para empolgar novamente o Ibovespa, que ontem subiu pela décima primeira sessão seguida.

As bolsas americanas sobem impulsionadas após relatório de vendas no varejo dos EUA consolidar expectativas por cortes de juros do Federal Reserve (Fed) em 2024. Investidores digerem também resultados da temporada de balanços corporativos do segundo trimestre.

Após transitar entre moderada alta e queda, o principal indicador da B3 adotou tendência de baixa, mas defendendo a marca dos 129 mil pontos reconquistada na véspera, em dia de agenda de indicadores esvaziada.

A desvalorização é puxada principalmente por ações ligadas a commodities, em meio ao recuo do petróleo e do minério de ferro, diante de temores de desaquecimento da economia da China.

Os papéis da Vale se destacam entre as maiores quedas, chegando a ceder mais de 2,50% nesta terça-feira, 16. Hoje após o fechamento da B3, a empresa divulga dados de produção e vendas do segundo trimestre.

Além do recuo de 0,96% do minério de ferro em Dalian, hoje na China, há perspectivas desfavoráveis para o setor. A Rio Tinto, a segunda maior mineradora do mundo em valor de mercado, cortou sua projeção para a produção de cobre e relatou embarques de minério de ferro abaixo do esperado.

"Essas expectativas de piora acabam contaminando a Vale. Os números de hoje da empresa brasileira até podem vir bons, mas o alerta da Rio Tinto sugere perspectivas ruins", analisa Bruno Takeo, da Ouro Preto Investimentos.

Além da divulgação do relatório de produção da Vale, o mercado ficará de olho na participação em evento, à tarde, do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, cotado para substituir Roberto Campos Neto no comando do BC.

Em meio a incertezas fiscais, avanço das expectativas de inflação no Brasil e possibilidade crescente de corte de juros nos Estados Unidos em setembro, os investidores buscarão em Galípolo sinais sobre a política monetária brasileira.

A Fazenda e o Senado ainda não chegaram a um acordo sobre a dívida dos Estados e em relação a medidas para compensar a desoneração da folha de pagamento. Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a proposta de aumentar a alíquota da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) para compensar a desoneração da folha de salários "está na mesa"

Na segunda-feira, 15, o Índice Bovespa subiu 0,33%, aos 129.320,96 pontos, mas com um giro financeiro módico, de R$ 15,4 bilhões.

"A meta é ultrapassar os 130 mil pontos para buscar o recorde próximo dos 135 mil pontos, mas certamente terá de ampliar o volume e ter um quadro político mais suave", diz em comentário matinal Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.

Os recentes fechamentos do Ibovespa em altas seguidas em regiões de máximas apontam para a continuidade do bom momento, estima o Itaú BBA. Os próximos alvos iniciais são as marcas de 130 mil e 131.700 pontos. Na direção oposta, em caso de realização de lucros, a análise gráfica aponta para suportes entre 125.400, 123.300 e 121.400 pontos.

Às 11h25 desta terça-feira, o Ibovespa caía 0,13%, aos 129.148,58, ante recuo de 0,21%, na mínima aos 129.054,52 pontos. Chegou a subir 0,15%, na máxima aos 129.520,99 pontos. Petrobras caía 0,73% (PN) e -1,06% (ON), com o petróleo cedendo entre 12,3% (Londres) e -1,42% (EUA). Vale tinha declínio de 2,32%. Já LWSA ON ocupava o primeiro lugar das maiores altas, com 2,15%.