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Bolsas da Europa fecham em baixa e Paris tem pior semana desde 2022, com incertezas políticas

Bolsas; Europa

Publicado em 14/06/2024 às 10:30

As bolsas da Europa fecharam em baixa nesta sexta-feira, 14, encerrando uma semana de fortes quedas, com o principal índice de Paris tendo o pior desempenho desde fevereiro de 2022. A crise política iniciada com as eleições para o Parlamento Europeu e a consecutiva convocação de um pleito nacional pelo presidente francês Emmanuel Macron ganhou novos contornos, e há temores de uma crise financeira na região. Como resultado, as ações operam pressionadas, especialmente no caso dos bancos.

Partidos de esquerda da França divulgam o manifesto político de sua aliança renovada nesta sexta, em uma tentativa de desafiar a coalizão de extrema-direita, que lidera as sondagens para as próximas eleições legislativas.

No último fim de semana, Macron decidiu antecipar as eleições locais após a derrota de seu partido para a extrema-direita nas eleições parlamentares da União Europeia. "É justo dizer que este é um desdobramento muito preocupante para Macron e aumenta consideravelmente a incerteza do resultado antes das eleições. Parece difícil pensar que o mercado não continuará a concentrar-se nisto", avalia o Rabobank.

Nesta sexta, o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, afirmou que uma vitória do Renovação Nacional, partido liderado por Marine Le Pen, poderia desencadear em uma crise financeira, assim como viveu a zona do euro em 2011.

Em Paris, o CAC 40 caiu 2,66%, a 7.503,27 pontos, e teve sua pior semana desde o final de fevereiro de 2022, na invasão da Ucrânia pela Rússia, recuando 6,23% no período. Em Milão, a queda diária foi ainda mais alta, com o FTSE MIB caindo 2,81%, a 32.665,21 pontos, liderada por bancos, em especial o UniCredit, que caiu 5,63%. Em Frankfurt, o DAX cedeu 1,34%, a 18.020,49 pontos. Em Madri, o Ibex 35 teve queda de 0,61%, a 10.998,10 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 baixou 0,42%, a 6.538,23 pontos.

Fora da zona do euro, o FTSE 100 chegou a operar em alta, mas terminou com um recuo de 0,21%, a 8.146,86 pontos, menor que os pares continentais. Entre empresas individuais, o Casino tombou 10,32% em Paris, revertendo fortes ganhos de mais cedo, após o grupo varejista francês implementar um agrupamento de ações, em que 100 papéis foram trocados por um. Mais cedo, o Casino também anunciou que está negociando a venda da subsidiária Codim 2, na ilha francesa da Córsega.

No noticiário macroeconômico, destaque para a balança comercial da zona do euro, que apresentou superávit comercial de 19,4 bilhões de euros em abril, maior que o saldo positivo de março, segundo dados ajustados da Eurostat.