Ouro fecha em alta, mas perde 3% na semana, em meio a dúvidas sobre juros do Fed
mercado; ouro
O ouro fechou em alta modesta nesta sexta-feira, 26, mas teve perdas de aproximadamente 3% na variação semanal, em período marcado por novas incertezas sobre a economia dos EUA e a trajetória de juros do Federal Reserve (Fed).
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho fechou em alta de 0,20%, a US$ 2.347,20 a onça-troy, mas caiu 2,76% na variação semanal.
Novas dúvidas sobre a economia americana voltaram a pressionar o ouro neste pregão e reduziram os ganhos do metal precioso ao fortalecer o dólar e reduzir perdas dos juros dos Treasuries. Dados divergentes ampliaram o quadro incerto: de um lado, analistas projetam que ainda é possível cortar juros neste ano; do outro, o pessimismo sobre a trajetória da inflação levanta hipóteses sobre flexibilização monetária apenas em 2025.
Hoje, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida do Fed, veio praticamente em linha com as expectativas do mercado em março, mas confirmou aceleração dos preços no primeiro trimestre, com revisão para cima a variação mensal de janeiro. Já a pesquisa final da Universidade de Michigan apontou deterioração no sentimento do consumidor americano e alta das expectativas de inflação.
Analistas da BMI - uma unidade da Fitch Solutions - avaliam que a força renovada do dólar e o afastamento de expectativas de cortes de juros pelo Fed devem interromper o rali nos preços do ouro. Contudo, os especialistas ponderam que as tensões geopolíticas no Oriente Médio continuarão oferecendo um "piso firme" para o metal precioso, com resistência no nível de US$ 2.400 a onça-troy, sendo que uma escalada maior dos conflitos pode provocar novo salto nos preços da commodity.
Para o Commerzbank, outro ponto de apoio para os preços do ouro deve ser a demanda chinesa. Segundo a Associação de Ouro da China, o consumo do metal precioso aumentou 5,94% no país em relação ao ano anterior, para 308,91 toneladas no primeiro trimestre. Somente a compra de barras e moedas subiu 26,77% entre janeiro e março, para 106,32 toneladas, representando cerca de um terço do consumo total.
*Com informações da Dow Jones Newswires