Seleção feminina de vôlei supera Turquia, ganha o bronze e se livra de frustração em Paris
Segundo país mais pódios olímpicos no vôlei feminino, o Brasil adicionou um bronze à sua coleção de medalhas. Conquistado com vitória por 3 sets a 1, com parciais de 25/21, 27/25, 22/25 e 25/15, sobre a Turquia neste sábado, o terceiro lugar não era o que queria inicialmente a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, mas tem bastante valor e impede que a equipe de José Roberto Guimarães deixe a capital francesa com o sentimento de profunda frustração, como ele mesmo havia dito antes da partida.
Enquanto a seleção masculina vive crise técnica, não subiu ao pódio nos últimos dois Jogos Olímpicos e fez em Paris sua pior campanha olímpica desde 1972, a equipe feminina volta para casa com medalha pela segunda vez seguida em Olimpíadas. São, agora, seis medalhas para as mulheres do vôlei: ouros em Londres-2012 e Rio-2016, prata em Tóquio e bronzes em Atlanta-1996, Sydney-2000 e agora em Paris.
Com mescla de frescor e experiência no elenco, a seleção chegou a Paris confiante de que subiria ao degrau mais alto do pódio. A preparação foi a melhor possível e o desempenho vinha sendo em alto nível. No entanto, os Estados Unidos - de novo - apareceram no caminho para tirar do Brasil a chance de ir à final.
Não veio o ouro, mas o bronze tem importância e reforça que o voleibol brasileiro continua entre os melhores do mundo, como enfatizou Zé Roberto, técnico tricampeão olímpico que ainda não definiu seu futuro depois de estar em sua nona edição de Olimpíada. Depois de Tóquio, ele chegou a dizer que se aposentaria, mas voltou atrás.
Um pequeno apagão no início da partida parecia que seria mau presságio ao Brasil. Mas não foi. Ao contrário do que aconteceu na semifinal, a equipe se recuperou rápido, tirou vantagem de três pontos que as turcas haviam aberto e tomaram a ponta. Houve algumas trocas de liderança no placar, mas, na reta final do primeiro set, a seleção brasileira foi mais consistente e eficiente e fechou em 25 a 21.
Mais experiente do grupo, a central Thaísa mostrou ser inabalável mentalmente para lidar a seleção. Chamou a responsabilidade para si quando Gabi Guimarães e outras estavam mal, e se destacou nos bloqueios, incluindo um em cima da oposta Melissa Vargas, cubana naturalizada turca que é a maior estrela da rival com seus ataques potentes.
Foi muito mais desafiador o segundo set para as brasileiras, que sofreram com os ataques turcos e passaram a maior parte em desvantagem, tendo de correr atrás. A Turquia conseguiu abrir 19 a 15. No entanto, na reta final da parcial, quando a jovem Ana Cristina estava mal e era parada pelo bloqueio turco, Rosamaria e Gabi tomaram a frente e foram decisivas. Foi da ponteira e capitã do time o ponto que definiu o estendido set em 27 a 25.
O Brasil perdeu a oportunidade de definir a vitória no terceiro set. O embalo foi freado com ótimo desempenho da Turquia, liderada por Vargas e Cebecioglu, que viraram grande maioria das bolas. Os erros do time brasileiros também fizeram a diferença a favor da equipe rival.
O brilho, a eficiência e até a sorte retornaram no quarto set para o Brasil. Os saques e os ataques entraram e a defesa voltou a ser mais segura, conseguindo parar Vargas e Cebecioglu em alguns momentos. Thaísa novamente teve jornada de brilho, desta vez não só no bloqueio. Virou bolas importantes no meio de rede e nos saques. Sua vibração e energia foram passadas às companheiras, especialmente a Gabi, que mostrou sua habitual agressividade no ataque e no bloqueio, foi outra personagem importante. No fim, vitória por 3 a 1 e mais uma medalha para o Brasil.