Zelensky abandona 'ambição maximalista' sobre fim do conflito na Ucrânia, diz mídia
O jornal The Telegraph, após analisar a retórica do atual líder ucraniano Vladimir Zelensky ao longo de todo o tempo do conflito armado, chegou à conclusão de que sua posição sobre como acabar com o conflito mudou de maneira gradual.
As tentativas falhadas de realizar uma contraofensiva em 2023 e, depois, a recente retirada contínua das tropas ucranianas ao longo de toda a linha de frente, com perdas de várias cidades importantes, contribuíram para uma mudança na abordagem em relação às negociações de paz pela parte ucraniana.
De acordo com o artigo, a anterior linguagem dura e categórica do líder ucraniano foi substituída por uma linguagem mais suave e ambígua, especialmente após as eleições nos EUA em 5 de novembro.
"Desde que Donald Trump venceu a eleição presidencial dos EUA há pouco mais de duas semanas, o presidente ucraniano parece ter abandonado discretamente sua ambição maximalista de derrotar a Rússia no campo de batalha", diz o jornal.
O artigo cita uma entrevista recente de Zelensky ao canal de TV norte-americano Fox News em que ele admitiu que a Ucrânia não poderá tomar a Crimeia à força, só "por meios diplomáticos".
Além disso, no que diz respeito às concessões à Rússia, o The Telegraph nota que o último comentário de Zelensky foi marcado pela frase "não pode reconhecer legalmente" os territórios tomados pelo Exército russo e que fazem parte da Rússia há mais de dois anos.
"A situação da Ucrânia é precária. Essa é uma nova explosão de realismo após a vitória de Trump", explicou o ex-adido de defesa britânico em Kiev e Moscou, John Foreman.
De acordo com o The Telegraph, Zelensky deu a entender que sabia que o tempo estava se esgotando em suas ambições de derrotar a Rússia porque Trump o empurraria para negociações.
"É certo que a guerra terminará mais cedo com as políticas da equipe que agora liderará a Casa Branca", disse ele.
O jornal também cita uma pesquisa da revista The Economist segundo a qual 52% dos ucranianos entrevistados, contra 27% no ano passado, disseram que querem negociar o fim da guerra.