EXPLOSÕES

Após bomba e morte às suas portas, STF deve limitar acesso ao prédio da Corte

Publicado em 15/11/2024 às 21:05
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O Supremo Tribunal Federal (STF) estuda como retomar o acesso ao prédio sem comprometer a segurança dos ministros e servidores. Por enquanto, o edifício segue cercado com grades e as visitas públicas permanecem suspensas. As medidas não devem ser flexibilizadas em 2024. A previsão é que os protocolos sejam reavaliados ao longo dos próximos meses.

As mudanças foram rompidas às pressas após o atentado a bomba na noite de quarta-feira, 13, em frente à estátua da Justiça. Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque, foi morto com explosivos.

Servidores contando momentos de pânico. O prédio foi evacuado imediatamente. A equipe de segurança temia que novas bombas se espalhassem.

As sessões de julgamento estão mantidas, mas com acesso restrito a advogados das partes e jornalistas previamente credenciados. Todos são submetidos a um esquema de segurança rigoroso.

Antes disso, qualquer cidadão poderia acompanhar as votações no plenário, que tem capacidade para acomodar 170 pessoas sentadas. Também era comum a participação de estudantes de Direito nas sessões de julgamento.

O tribunal suspendeu ainda o programa de visitação aberto ao público, o “STF de portas abertas”. A visita guiada ao edifício poderá ser feita em grupos de até 12 pessoas ou individualmente, mediante agendamento.

Em agosto, ou seja, menos de três meses antes do atentado, Francisco apresentou nas redes uma foto em frente ao que seria o plenário do STF vazio, dizendo que "deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro)".

Entre o atentado e o início da tarde de ontem, o STF recebeu oito mensagens louvando o episódio, algumas também com ameaças. O tribunal recebe, em média, três ameaças por dia, entre mensagens, cartas e até objetos. Desde 8 de Janeiro, foram cerca de mil ameaças.

As medidas de segurança não são divulgadas para não dar vantagem a agressores em potencial. O prédio é monitorado e protegido pela Polícia Judiciária.

Ontem, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, negou falhas na segurança e afirmou que os agentes evitaram a entrada de Francisco no prédio.

"Não houve falha alguma na segurança, pelo contrário. A Polícia Judiciária e os agentes de segurança possivelmente interceptaram uma pessoa que, ameaçadoramente, se mudou do prédio e evitaram que ele entrasse no prédio", afirmou.

O presidente do tribunal disse ainda que o ataque "será apenas uma cicatriz na história".

As notas que cercam novamente o STF foram retiradas em fevereiro, em um ato simbólico que reuniu os chefes dos três Poderes, após a invasão e depredação no dia 8 de Janeiro.