Integrantes do governo defendem Moraes após acusações em reportagem
Integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saíram em defesa de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após reportagem da Folha de S.Paulo revelar o uso do setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fora do rito oficial, para embasar decisões em inquéritos que tramitam no STF. Os ministros afirmam que Moraes tem postura ética e destacaram a importância do trabalho do magistrado para o Brasil.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse na manhã desta quarta-feira, 14, que conhece Moraes "há décadas" e que o magistrado possui um "absoluto rigor ético". O ministro foi secretário da Justiça no governo de Alckmin em São Paulo. "Por lei, o ministro do TSE é o ministro do Supremo. Isso é lei ", disse o vice-presidente, acrescentando que o Brasil "deve muito ao Alexandre de Moraes, à sua firmeza na condução do processo eleitoral".
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que a reportagem é "sensacionalista e não corresponde à verdade". "A matéria só tem o efeito de alimentar o movimento de tentar desacreditar o STF para incidir no julgamento do inelegível", complementou, em publicação no X.
Já o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, disse que Moraes "sempre se destacou por seu compromisso com a justiça e a democracia" e que "tem atuado com absoluta integridade no exercício de suas atribuições na Suprema Corte".
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, cumprimentou Messias pela publicação: "Trouxe o saber técnico-jurídico para estancar qualquer sensacionalismo" Alguns fizeram comparações indevidas com irregularidades cometidas por um certo juiz. Mais uma tentativa frustrada de questionar a devida apuração e punição de crimes contra a democracia", afirmou.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), também defendeu Moraes: "Fora do rito, de qualquer rito, estavam Bolsonaro e seus cúmplices, mentindo sobre o processo eleitoral, ameaçando as instituições e urdindo um golpe contra a posse de Lula, o eleito", disse no X. O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PT-PR), disse que "não existe nada demais na troca de provas entre STF e TSE" e que "a comparação com a Lava Jato é de uma estupidez sem tamanho".
A oposição, por outro lado, tem usado o episódio para alimentar uma narrativa de perseguição e angariar apoio para um processo de impeachment contra o ministro. "Absolutamente todos os processos contra Bolsonaro, família, empregados e apoiadores nos quais Alexandre de Moraes teve participação devem ser anulados!", defendeu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.