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Aprosoja-MT patrocina evento da direita, mas diz não ver caráter partidário

Publicado em 15/07/2024 às 15:30
Aprosoja-MT patrocina evento da direita, mas diz não ver caráter partidário Reprodução

A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT) está na lista de patrocinadores da última edição da Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC Brasil), realizada no início de julho. O estatuto da organização proíbe o apoio a eventos político-partidários. Apesar da presença majoritária de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no encontro, a Aprosoja-MT diz que a CPAC não se enquadra na restrição da entidade.

A conferência ocorreu nos dias 6 e 7 de julho, em Balneário Camboriú (SC), e é organizada anualmente pelo Instituto Conservador Liberal (ICL-BR), presidido pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A associação diz que o encontro não teve caráter eleitoral nem político-partidário e foi financiado com recursos próprios. A informação, publicada pelo blog de Míriam Leitão, do jornal O Globo, foi confirmada pelo Estadão.

"O patrocínio para o evento foi motivado pelo interesse dos associados da Aprosoja-MT em contribuir com os debates acerca das garantias constitucionais da inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade", disse a associação, em nota.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) estão questionando a transparência dos recursos gastos pela associação, já que ela recebe verba do Instituto Mato-grossense do Agronegócio (iAGRO).

O deputado estadual Valdir Barranco (PT) pediu que a Assembleia Legislativa do Mato Grosso convoque o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber. A ideia é que ele explique o financiamento não só da CPAC Brasil, mas dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O parlamentar também solicitou as contas da associação desde 2018.

Estiveram presentes no encontro da direita o presidente argentino, Javier Milei, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), e os deputados Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), Zucco (PL-RS) e Nikolas Ferreira (PL-MG), entre outros.