Política

Israel não rompeu com o Brasil após fala de Lula por amor pelo 'povo evangélico', diz Mendonça

Publicado em 31/05/2024 às 07:30

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça afirmou na noite da quinta-feira, 30, que ouviu de autoridades de Israel o motivo para o país não romper relações com o Brasil. Segundo ele, "o amor do povo judeu pelo Brasil e, em especial, pelo povo evangélico" foi crucial para evitar a decisão diante das críticas feitas pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aos ataques feitos na Faixa de Gaza desde os atentados do ano passado feitos pelos terroristas do Hamas. Mendonça não citou o nome do presidente durante sua fala na Marcha para Jesus.

"Eu ouvi de autoridades de Israel que as relações diplomáticas só não foram encerradas por conta do amor do povo judeu pelo povo brasileiro. Hoje, as relações permanecem por conta do povo de Deus do Brasil e, de modo especial, pelo povo evangélico. Em segundo lugar, quero dizer a você que o nosso Brasil depende da oração do povo evangélico", afirmou durante o evento.

Mendonça afirmou também que "os terroristas perderam seus corações, porque foram capazes das piores crueldades. Não mataram apenas crianças, mulheres e deficientes físicos, mas comemoraram essas mortes. E o povo de Israel quer a devolução daqueles que foram sequestrados. Tenho certeza e serei o primeiro a defender que, com a devolução dos reféns, a guerra termine imediatamente".

A fala ocorre depois de o presidente da República decidir não enviar um substituto para assumir o posto de embaixador do Brasil em Israel, após remover em definitivo do cargo o embaixador Frederico Meyer. A partir de agora a embaixada em Tel-Aviv passará a ser chefiada, por tempo indeterminado, pelo encarregado de negócios Fábio Farias.

A crise entre Brasil e Israel ocorreu em fevereiro deste ano, quando Lula comparou o conflito atual com o que o ditador austríaco Adolf Hitler fez na 2ª Guerra Mundial ao matar milhares de judeus, o Holocausto.

Em resposta à fala de Lula, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse na época que "comparar Israel ao Holocausto nazista e Hitler é cruzar uma linha vermelha". "As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e sérias. São sobre banalizar o Holocausto e tentar ferir o povo judeu e o direito Israelense de se defender."