Moraes: Justiça eleitoral defenderá eleitor contra manipulação das redes sociais
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, subiu o tom nesta sexta, 19, contra o que chamou de "irresponsáveis mercantilistas das redes sociais" que se unem a políticos extremistas no Brasil.
Em discurso no lançamento do projeto do Museu da Democracia, no Rio de Janeiro, Moraes não citou o bilionário Elon Musk, dono da rede social X, mas usou a parte final de sua fala para responder indiretamente às suas provocações em uma espécie de aviso, também endereçado ao grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Moraes citou "políticos autoritários e extremistas", que se unem por conveniência ao poder econômico das redes sociais. A fala vem na antevéspera do ato convocado por Bolsonaro para domingo, 21, na orla da praia de Copacabana, também no Rio.
"O Museu da Democracia vai combater abuso de poder político e poder econômico que reiteradas vezes querem ameaçar a democracia brasileira. Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que volta a atacar a soberania do Brasil e a Justiça Eleitoral, com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse Moraes.
"A Justiça Eleitoral continuará a defender a vontade do eleitor contra a manipulação do poder encômio das redes sociais, algumas que só pretendem o lucro e exploração sem qualquer responsabilidade", continuou
O ministro terminou o discurso dizendo que o judiciário brasileiro e sua fileira eleitoral estão "acostumados" a combater "mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia" e "políticos extremistas" que "preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento do Brasil".
Moraes, que veio ao Rio na condição de presidente do Tribunal Superior Eleitoral, discursou ao lado do governador do Rio, Claudio Castro (PL), correligionário e aliado de primeira hora de Bolsonaro, do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e do ministro do Superior Tribunal de Justiça e corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão. Também estavam presentes uma dezena de desembargadores e políticos locais.
O museu, que será concebido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) ficará sediado no Centro Cultural da Justiça Eleitoral, no centro do Rio, para contar a história das eleições livres e relembrar traumas da vida republicana, como as ditaduras Vargas e Civil-Militar, além da presumida tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2024.