EUA

Trump está em situação difícil, mas quer concessões da Rússia no conflito ucraniano, diz analista

Por Sputinik Brasil Publicado em 01/04/2025 às 10:26
© AP Photo / Alex Brandon

O presidente norte-americano Donald Trump, que disse esperar que a liderança da Rússia concorde com um acordo sobre a Ucrânia, espera algum tipo de concessão de Moscou, disse à Sputnik Konstantin Blokhin, pesquisador-chefe do Centro de Estudos de Segurança da Academia de Ciências da Rússia.

Segundo Blokhin, as concessões de Moscou podem ser necessárias, porque Trump opina que elas podem trazer a paz. Ao mesmo tempo, Trump talvez espere isso do lado ucraniano, portanto, há muitas nuances e detalhes.

"Talvez ele [Trump] não esteja esperando por gestos de boa vontade, mas por algumas concessões da Rússia em relação aos territórios. Mas concessões, isso é certo", ressaltou o analista.

O especialista observou que, agora, nem a Rússia nem a Ucrânia estão prontas para qualquer compromisso.

Kiev está demonstrando sua falta de vontade de negociar, pois todas as ações da Ucrânia são baseadas na sabotagem do processo de negociação.

"Acho que é seguro dizer que Trump espera que a Rússia faça algumas concessões. E essas concessões, levando em conta os problemas do conflito ucraniano, podem ser muitas. Podem ser recursos, podem ser territórios, podem ser gestos de boa vontade para aceitar esse cessar-fogo e assim por diante", sublinhou o analista.

Blokhin acrescentou que Donald Trump está agora em uma posição difícil.

Por um lado, ele precisa demonstrar dureza em relação à Rússia, porque tanto os republicanos quanto os democratas continuam sendo falcões em relação a Moscou. Por outro lado, ele precisa, de alguma forma, sair do conflito ucraniano, e não apenas sair, mas salvar a face.

"E só é possível salvar a face obtendo algum lucro, para que não pareça que você está apenas deixando a Ucrânia. O lucro pode ser calculado não apenas em número de dólares, mas também em prestígio político. Mas, no final, acho que Trump pretende fazer com que esse lucro seja calculado pelo menos em prestígio político", finalizou.