De imperador a bobo da corte: a curiosa reencarnação política de Júlio Cezar

Três dias após a cidade de Palmeira dos Índios perder um dos seus personagens mais populares — o folclórico e inesquecível Duzentos, que espalhava risadas pelas ruas da cidade como quem planta sabedoria em terreno seco —, eis que surge um possível sucessor à altura… pelo menos no quesito “personagem emblemático” e "folclórico".
O ex-prefeito e ex-imperador Júlio Cezar, que um dia quis ser rei e comandar a comunicação de Alagoas, deve acabar sendo nomeado para um trono decorativo, segundo o jornalista Ricardo Mota: a Secretaria de Relações Federativas e Internacionais (a Serfi). Um nome pomposo para uma pasta que, segundo o jornalista, serve mais para ocupar aliados do que para mover engrenagens reais.
Ao que tudo indica — e a julgar pela resposta dada ao tarimbado jornalista Ricardo Mota —, a relação entre o ex-imperador e o atual governador Paulo Dantas se resume a um papel de alívio cômico. A fonte ouvida por Mota foi direta como uma facada no ego:
“Ele garante boas gargalhadas a Paulo Dantas.”
Pronto.
Do cetro à anedota, da faixa de prefeito à função de entretenimento do Palácio.
E enquanto a Secom escapava-lhe por entre os dedos como areia fina, JC vai ter que se contentar com a Serfi — uma secretaria que, embora tecnicamente estratégica (segundo resposta oficial da própria), vem com um selo embutido: “parece, mas não é”.
A Serfi pode até ter sua importância geopolítica nos planos de quem acredita em unicórnios internacionais e acordos diretos com reinos distantes. Mas, por enquanto, parece mais servir ao riso palaciano do que à diplomacia real.
Palmeira dos Índios, que ainda sente a ausência do bom e velho Duzentos, talvez tenha encontrado em Júlio Cezar seu novo substituto e personagem folclórico. Só que agora em palácios mais altos, com função menos política e mais… circense.
Quem diria? O ex-imperador virou bobo da corte.
E se continuar nesse ritmo, vai precisar de um novo brasão:
“Risus imperatorum est: o riso dos imperadores.”