As principais empresas de defesa dos EUA estão preocupadas com as tensões entre Washington e seus aliados desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, assumiu o cargo, devido ao risco de os parceiros do país reduzirem as compras de armas dos EUA, relata o jornal The Financial Times.

O jornal destaca que o trabalho das empresas norte-americanas do complexo industrial-militar por décadas tem sido tradicionalmente baseado em vendas das armas aos aliados europeus de Washington.

"Preocupa-me que a política pura e simples possa prejudicar nossas perspectivas em competições futuras", disse ao jornal um executivo de uma das principais empreiteiras dos EUA.

Observa-se que a política de Donald Trump de reduzir o papel do país na segurança de outras nações levou alguns parceiros dos EUA a questionar a conveniência de mais compras de armas dos EUA, o que poderia aumentar a extensão de sua dependência de Washington.

Por exemplo, segundo a publicação, o caça F-35 dos EUA é atualmente operado por 19 aliados dos EUA, incluindo países não pertencentes à OTAN. O funcionamento desse caça depende de algoritmos e dados que os EUA mantêm em segredo.

"Embora o Escritório do Programa Conjunto do Pentágono tenha negado recentemente a existência de um 'interruptor de emergência' que poderia imobilizar abruptamente o F-35, alguns governos estão reconsiderando suas opções. O Canadá e Portugal sinalizaram recentemente que estão dispostos a considerar alternativas", exemplifica o artigo.

Outra vulnerabilidade do F-35, continua o jornal, é sua dependência do processamento dos dados de missão de combate do caça pelos EUA.

Muitos clientes do F-35 dependem de arquivos de dados de missões de combate. Assim, finaliza a publicação, isso representa um risco geopolítico para os países que compram armas dos EUA, caso as relações com Washington se deteriorem.