A decisão do presidente norte-americano Donald Trump de impor tarifas de 25% aos países que compram petróleo e gás da Venezuela ameaça as refinarias chinesas de propriedade privada, relata a agência de notícias Bloomberg.

A agência destaca que as novas tarifas aumentarão os custos e reduzirão os suprimentos, dos quais uma parte significativa é de petróleo venezuelano.

Observa-se que as tarifas não terão um impacto devastador sobre o setor petrolífero da China, porém aumentarão significativamente os custos de fornecimento e reduzirão a oferta para as refinarias privadas.

"Assim como as últimas sanções de Washington contra os bules chineses ligados ao comércio de petróleo iraniano, acredito que a ordem de Trump visa principalmente a Venezuela, cortando seus laços econômicos com o mercado global e pressionando-a a sentar-se à mesa de negociações com os EUA", disse à Bloomberg Muyu Xu, analista sênior de petróleo bruto da empresa de análise Kpler, em Cingapura.

O artigo sublinha que a China é um dos maiores compradores de petróleo venezuelano. Segundo os cálculos da Bloomberg, em fevereiro, Pequim foi responsável por mais de 40% de todas as exportações de petróleo da Venezuela.

Vale ressaltar que a maior parte das cargas de petróleo da Venezuela é processada por refinarias independentes na China, que é uma vasta rede de empresas concentradas na província de Shandong, no leste do país.

A Venezuela, continua a publicação, abastece a China principalmente com petróleo bruto rico em enxofre, especialmente o Merey, que é processado em betume para asfaltamento de estradas.

Assim, finaliza o artigo, as refinarias podem suspender temporariamente as compras de petróleo venezuelano, mas é improvável que os suprimentos sejam interrompidos completamente.

Durante as restrições anteriores, os fornecedores conseguiram encontrar soluções alternativas, incluindo o transbordo de petróleo de navio para navio na costa da Malásia.

Em 24 de março, Donald Trump disse que os EUA imporiam tarifas de 25% aos países que comprassem petróleo e gás da Venezuela a partir de 2 de abril. Ele acusou Caracas de ter uma atitude "hostil" em relação a Washington, bem como de enviar criminosos "propositalmente" para os EUA.