A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, apresentou nesta segunda-feira (17) um projeto de lei que classifica as chamadas "barras bravas" como uma associação ilícita, após a manifestação de aposentados da última quarta-feira (12), que, segundo a versão do governo, foi infiltrada por torcidas organizadas.

Durante entrevista coletiva na Casa Rosada, sede do governo argentino, Bullrich falou sobre a lei que define torcidas organizadas como associações ilícitas. Segundo ela, a iniciativa amplia o âmbito da lei anterior sobre a violência em eventos públicos e inclui "os acordos que envolvem as atividades das torcidas organizadas" e que "geram uma espécie de financiamento, em muitos casos avalizado pela direção dos clubes".

O objetivo final da proposta apresentada é agravar a pena dos envolvidos na manifestação do último dia 12. A lei local prevê de cinco a 20 anos de prisão para aqueles que fizerem parte de um grupo que tente aterrorizar a população ou pressionar o governo contra alguma ação.

A ministra também justificou a proposição da lei a partir das organizações desses torcedores que, segundo ela, "criam segurança em espaços da economia informal e se envolvem em negócios ou acordos vendendo camisetas, ingressos e uma série de outras coisas que criam um clima de pressão constante".

Bullrich acrescentou que o governo continuará desqualificando administrativamente indivíduos que se envolvam em comportamento violento, impendido até que eles frequentem os estádios.

Os aposentados protestam todas as quartas-feiras em frente ao Congresso há meses porque quase 20% dos ajustes fiscais feitos pelo governo do presidente Javier Milei foram baseados em suas pensões, o que significa que a pensão mínima é de quase 280 mil pesos (cerca de R$ 1.460 na cotação atual).