Um sepultamento encontrado em Buen Suceso, Equador, contém os restos mortais de uma jovem mulher grávida, enterrada entre 771 e 953 d.C. durante o período Manteño, uma cultura pré-colombiana conhecida por sua agricultura e arquitetura.

Um estudo recente publicado na Latin American Antiquity, conduzido pela Dra. Sara Juengst e seus colegas, lançou luz sobre um sepultamento Manteño único (650–1532 d.C.), possivelmente ligado a um sacrifício humano.

Em 2022, o sítio Buen Suceso foi mapeado digitalmente e escavado, e muito embora seja um local de achados principalmente do Período Valdivia (3750–1475 a.C.), alguns sepultamentos, incluindo o objeto do estudo da Dra. Juengst e seus colegas, foram determinados como sendo do período Manteño posterior.

Segundo a pesquisa, o túmulo — nomeado Enterro 10 — continha os restos mortais de uma mulher de 17 a 20 anos, um fragmento craniano de um indivíduo entre 25 e 35 anos e os restos mortais de um feto. Análises revelaram várias patologias na mulher, como cribra orbitalia, hiperostose porótica, hipoplasia linear do esmalte e infecções ósseas.

Além das patologias — muitas delas relacionadas à saúde óssea, a mulher foi encontrada com marcas de cortes, fraturas, uma perna esquerda faltando e mãos não encontradas. Artefatos das culturas Manteño e Valdivia foram recuperados, incluindo conchas, pedra de argila verde, cerâmica, conchas e contas de ostras espinhosas, lâminas de obsidiana e uma oferenda queimada.

Pesquisadores sugeriram que a mulher foi morta com um golpe na cabeça, embora não seja possível afirmar se foi intencional ou acidental. Sua gravidez estava nos estágios finais, e ela foi enterrada com vários objetos contendo uma mistura de artefatos dos períodos Manteño e Valdivia.

O sepultamento é único no tipo de artefatos enterrados, como chaquiras (missangas) e artefatos de obsidiana. Pesquisadores sugerem que a mulher pode ter sido vítima de um sacrifício, ou ter feito parte de um enterro ritual, uma vez que sacrifícios humanos para apaziguar deuses ou pedir favores a poderes sobrenaturais já foram registrados nas culturas pré-colombianas.

A inclusão de pedra de argila verde sugere que o ritual de sacrifício pode ter estado ligado à fertilidade, semelhante à prática de incluir pedras verdes em enterros de Valdivia. O enterro de uma mulher grávida pode apoiar essa interpretação, embora rituais específicos sobre gravidez não sejam documentados.