A inteligência artificial (IA) chinesa DeepSeek está dominando rapidamente o mercado global de inteligência artificial, o que representa uma séria ameaça à liderança tecnológica dos EUA, relata a revista norte-americana Foreign Affairs.

"Nos dois meses desde que uma empresa chinesa pouco conhecida chamada DeepSeek lançou um novo e poderoso modelo de IA de código aberto, o avanço já começou a transformar o mercado global de IA", destaca a revista.

A Foreign Affairs aponta que o modelo DeepSeek-V3 é comparável em seus recursos aos desenvolvimentos dos principais laboratórios americanos, como ChatGPT (OpenAI), Claude (Anthropic) e outros, mas custa muitas vezes menos.

Observa-se que, em janeiro de 2025, a empresa apresentou outro modelo, o DeepSeek-R1, que se aproxima das soluções mais recentes da OpenAI em termos de desempenho, mas custa apenas 5% do seu preço.

Os especialistas enfatizam que a abertura dos modelos chineses de IA desempenhou um papel fundamental em sua rápida disseminação.

Ao contrário da maioria dos modelos de IA norte-americanos, que são fechados e de propriedade de empresas privadas, continua a revista, os modelos da DeepSeek estão disponíveis abertamente – eles podem ser baixados, modificados e adaptados livremente para várias necessidades, pagando apenas pelo poder de computação.

"O fato de tanto a China quanto os Estados Unidos acreditarem claramente que essas tecnologias podem proporcionar vantagens militares só aumenta a importância de alcançar e manter a liderança de longo prazo em IA", acrescenta o artigo.

O autor do artigo opina que os EUA não podem continuar a depender exclusivamente dos sistemas fechados de grandes empresas para competir com a China. Ele observa que o governo dos EUA precisa apoiar o desenvolvimento e a disseminação de modelos abertos de IA.

"DeepSeek representa uma ameaça à liderança dos EUA em IA, abrindo caminho para que a China conquiste uma posição global dominante, apesar dos esforços de Washington para limitar o acesso de Pequim a tecnologias avançadas de IA", finaliza a publicação.