Os Estados europeus estão trabalhando para elaborar urgentemente um plano para Gaza a ser apresentado a Donald Trump como uma alternativa à sua proposta de esvaziar a Faixa de palestinos e assumi-la, relata o jornal Financial Times.

O jornal destaca que a ideia do presidente dos EUA de limpar o território palestino devastado pela guerra e transformá-lo na ''Riviera do Oriente Médio'' surpreendeu e alarmou os países árabes e europeus, porém a iniciativa incentivou novas discussões sobre Gaza e seu futuro.

"Os esforços para se opor ao plano de Trump só seriam confiáveis se oferecermos algo mais inteligente [...]. É nisso que precisamos avançar. Há várias opções muito confiáveis'', enfatiza o Financial Times, citando o presidente francês Emmanuel Macron.

Vale ressaltar que a questão palestina, conforme o jornal, será discutida na Conferência de Segurança de Munique pelos ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França, Reino Unido e Itália com seus homólogos dos países árabes que têm papel-chave na região.

''Os palestinos e os árabes precisam chegar a um meio-termo em que eles administrem Gaza, e não os EUA e Israel [...]. Essa é a lacuna que precisa ser preenchida, e acho que os europeus trabalharão com os árabes, tanto no financiamento quanto na apresentação dos planos. É nisso que estamos trabalhando agora'', escreve o jornal, citando um oficial europeu anônimo.

Além disso, é mencionado o fato de que o Egito está em coordenação com outros Estados árabes, especialmente a Arábia Saudita e a Jordânia, na esperança de provar a Trump que a Faixa pode ser reconstruída sem forçar a população de 2,2 milhões de habitantes a sair do enclave.

A ideia promovida pelo Egito e por outros Estados árabes envolve a criação de um comitê de governo formado por palestinos que não são afiliados a nenhuma facção, mas que são apoiados pela Autoridade Palestina, o órgão que administra partes da Cisjordânia ocupada.

''Depois do que Trump disse, toda a região está se mobilizando e agora a Europa está se mobilizando e tentando encontrar uma solução [...]. Há um senso de urgência adicional em todos'', disse um oficial árabe ao jornal.

Anteriormente, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que os residentes da Faixa de Gaza poderiam ser reassentados em vários países, incluindo a Jordânia e o Egito, acrescentando que os Estados Unidos ''assumiriam o controle'' e seriam responsáveis pelas obras na região. Ao mesmo tempo, ele chamou o enclave atual de local de demolição. Trump também permitiu que Washington enviasse os militares para Gaza ''se necessário''.