Ataques israelenses em aeroporto no Iêmen deixam mortos e feridos; diretor da OMS escapa ileso
Ataques da Força Aérea israelense em diferentes pontos do Iêmen deixaram vários mortos e feridos, nesta quinta-feira (26). O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, estava em um avião, quando começou o bombardeio.
Tedros disse que o ataque aéreo danificou prédios que estavam a poucos metros do avião, onde também estava uma delegação da ONU. Um membro da tripulação ficou ferido.
De acordo com um fonte da Sputnik, pelo menos quatro pessoas morreram no aeroporto:
"Quatro morreram e 16 ficaram feridos, incluindo o comandante de um jato particular da ONU, como resultado dos ataques aéreos israelenses na pista, na torre de controle de tráfego e no saguão de embarque do Aeroporto Internacional de Sanaa", disse a fonte do aeroporto.
A Força Aérea israelense declarou que seus alvos foram o aeroporto internacional na capital, as usinas de energia de Hezyaz e Ras Kanatib, e infraestrutura nos portos de Hodeida, Salif e Ras Kanatib, na costa.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou que Israel agiria contra os houthis com a mesma força que usou contra o Irã, o que parece indicar o início de uma campanha intensificada contra o grupo, depois que um míssil balístico atingiu um parquinho em Tel Aviv.
Mais cedo, um prédio escolar de vários andares em Ramat Gan desabou após ser atingido pela ogiva de um míssil balístico parcialmente interceptado, depois de ser disparado contra Israel pelos houthis.
Os houthis lançaram mais de 200 mísseis e 170 drones contra Israel no último ano. As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram que a grande maioria não chegou a Israel ou foi interceptada pelos militares e aliados israelenses na região.
O grupo também realizou ataques repetidos com mísseis e drones contra cerca de 100 navios mercantes que tentavam atravessar o mar Vermelho, paralisando o transporte marítimo mundial.
Os houthis reivindicaram a responsabilidade, na manhã de sábado (21), por um ataque noturno com foguete contra Tel Aviv, que feriu levemente 16 pessoas.
Israel e os Estados Unidos, por sua vez, atacaram repetidamente várias instalações no Iêmen. Desde meados de dezembro, os Estados Unidos e seus aliados realizam uma operação na região oceânica próximo ao Iêmen, que inclui bombardeios em solo iemenita, para dissuadir os houthis de ataques a navios mercantes e garantir a liberdade de navegação.
O embate entre os houthis e Israel começou em outubro de 2023, quando eclodiu o conflito entre o exército israelense e o movimento palestino Hamas, na Faixa de Gaza.
Em 7 de outubro de 2023, militantes do grupo palestino Hamas invadiram o território de Israel a partir da Faixa de Gaza e abriram fogo contra militares e civis e fizeram mais de 200 reféns. Segundo as autoridades, cerca de 1,2 mil pessoas morreram do lado israelense.
Em resposta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram ataques a alvos civis e anunciaram um bloqueio total da Faixa de Gaza, impedindo o fornecimento de água, eletricidade, combustível, alimentos e medicamentos. Mais de 45 mil pessoas já morreram do lado palestino até o momento.
Por Sputinik Brasil