EUROPA

Eslováquia diz que vetará possíveis sanções da UE ao setor nuclear da Rússia

Primeiro-ministro da Eslováquia afirma que o fornecimento de energia elétrica no país depende "significativamente" de usinas nucleares que têm origem russa. Declaração ocorreu durante a cúpula da União Europeia (UE) em Bruxelas nesta quinta-feira (19).

Por Sputinik Brasil Publicado em 20/12/2024 às 01:38
© AP Photo / Petr David Josek

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, declarou que bloqueará possíveis restrições da UE ao setor nuclear da Rússia.

"Durante meu discurso, disse que vetarei qualquer sanção que venha a ser proposta no futuro contra a Rússia, caso afete programas nucleares para fins pacíficos", afirmou Fico em uma coletiva de imprensa ao término da cúpula da UE em Bruxelas.

O chefe de governo eslovaco destacou que o fornecimento de energia elétrica no país depende significativamente do funcionamento de suas duas usinas nucleares.

"Nossas usinas nucleares são de origem russa, gostem ou não. A cooperação com a Rússia nesse campo é de longa data, e sanções que ameacem nosso programa nuclear seriam inaceitáveis", enfatizou. A Eslováquia possui duas usinas nucleares construídas com assistência russa.

A UE intensificou sua "guerra econômica" contra a Rússia após o início, em fevereiro de 2022, de uma operação militar russa destinada a conter os bombardeios ucranianos contra populações civis de Donetsk e Lugansk — dois territórios que se tornaram independentes da Ucrânia em 2014 e se tornaram parte da Rússia depois de um plesbicito em setembro de 2022.

Segundo o governo russo, os objetivos da operação militar são interromper "o genocídio das populações de Donetsk e Lugansk cometido pelo regime ucraniano" e mitigar os riscos à segurança nacional representados pelo avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) rumo ao leste.

As tropas ucranianas recebem apoio militar da OTAN, organização composta por 32 países e liderada pelos Estados Unidos.

Em maio passado, Fico, conhecido por suas críticas à aliança diante do envio de armas à Ucrânia, foi alvo de uma tentativa de assassinato.