O encontro bilateral foi conduzido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por uma cirurgia de emergência na manhã desta terça-feira. Essa é a primeira vez que um líder eslovaco vem ao Brasil.

Juntas, ambas comitivas governamentais assinaram acordos de cooperação nas áreas de defesa, justiça, inteligência, além de um protocolo que evita a dupla tributação e previne a evasão fiscal do imposto de renda entre os dois países.

Em seu discurso, o vice-presidente Alckmin especificou que as tratativas buscam aumentar a cooperação dos países nas áreas de segurança cibernética e no combate a ilícitos internacionais.

"O Brasil esta pronto para contribuir para a modernização da Força Aérea eslovaca por meio da aeronave C-390 Millenium", adicionou.

Alckmin desejou que que os laços entre Brasil e Eslováquia continuem se fortalecendo e convidou o país europeu a participar da COP 30 a ser realizada no ano que vem na Amazônia.

O vice-presidente ainda destacou as similaridades entre a visão da diplomacia entre os dois países. "A política externa universalista brasileira e a política externa dos quatro pontos cardeais, eslovaca, tem muito em comum. De norte a sul, de leste a oeste, a divisão do mundo em blocos antagônicos é uma armadilha que devemos evitar."

Robert Fico, que sofreu um atentado em maio deste ano, no qual foi baleado cinco vezes, desejou em nome de sua nação uma rápida recuperação ao presidente Lula. Da mesma forma, Alckmin expressou satisfação por ver o premiê recuperado do ataque que sofreu.

"O mundo precisa de uma personalidade como o presidente dos senhores. Eu me encontrei com ele em São Paulo em 2003 em uma reunião de partidos socialistas e desde aquele momento eu me convenci que ele é um líder de envergadura mundial."

Em sua fala, o premiê destacou as recentes iniciativas globais brasileiras, como a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza firmada na Cúpula do G20 em novembro deste ano, e os pedidos pela reforça da governança global, em especial o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), no qual o Brasil advoga por um assento e uma expansão do órgão.

"Eu estou convencido que o Brasil terá um papel importante na reforma das Nações Unidas e compartilhamos as mesmas opiniões. Precisamos aumentar o CSNU [...]. Apoiamos a candidatura dos srs e pedimos o seu apoio para a nossa para membro temporário para 2028."

Fico ainda reiterou seu desejo de fazer parte do Amigos da Paz, iniciativa para paz na Ucrânia desenvolvida pelo Brasil e pela China. A fórmula sino-brasileira para o conflito ucraniano pede pela diminuição do conflito e o reconhecimento de que só a diplomacia trará a paz para a região.

Alckmin, por sua vez, agradeceu ao apoio eslovaco e ao seu interesse de se tornar um membro observador da aliança.

Por Sputinik Brasil