Rússia reconhece que UE e EUA não são 'centro do Universo', acredita ex-analista da CIA
Com o desenvolvimento do BRICS, a Rússia percebeu que sua economia é forte o suficiente e que pode se manter de pé, disse à Sputnik Larry Johnson
O BRICS traz uma nova ordem comercial, por meio da qual a Rússia reconheceu que não precisa do Ocidente, acredita ele.
"Os países que romperam as relações econômicas com a Rússia são os que estão sofrendo. A Rússia está prosperando porque reconhece que a Europa e os Estados Unidos não são o centro do Universo", disse ele.
Ao comentar a entrevista recente do ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, em que o principal diplomata falou sobre a crise na Ucrânia, Johnson criticou o envolvimento de Washington no conflito.
Johnson disse que a atual situação é mais perigosa do que a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962, quando os Estados Unidos e a União Soviética estiveram à beira de uma guerra nuclear.
"Se a situação fosse diferente e a Rússia estivesse fornecendo armas a grupos no México ou no Canadá, e esses grupos estivessem atacando os EUA, os EUA responsabilizariam a Rússia por isso. Isso seria visto como um ato de guerra", ressaltou.
A Rússia fez agora um pivô muito sério em suas relações: decidiu fazer parceria e unir forças com a China, acrescentou o especialista.
Segundo ele, Moscou agora está formando uma nova ordem mundial que se baseia no respeito mútuo e trata todos os países independentemente das suas capacidades militares e econômicas.
BRICS em 2024
O BRICS é uma associação interestatal criada em 2006. A Rússia assumiu a presidência do BRICS em 1º de janeiro de 2024. Em 2025, a presidência vai passar para o Brasil.
O ano começou com a entrada de novos membros na associação: além da Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul, o BRICS agora inclui o Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
A 16ª Cúpula do BRICS em Kazan, com a participação de representantes de 36 países e seis organizações internacionais, foi realizada de 22 a 24 de outubro deste ano.
O Brasil foi representado pelo ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira, pois o presidente Lula da Silva teve que cancelar sua viagem um dia antes devido a um acidente doméstico.
A cúpula foi o evento final da presidência russa da associação, e foi realizada sob o lema de fortalecer o multilateralismo para o desenvolvimento global equitativo e a segurança.
Por Sputinik Brasil