De acordo com o novo estudo publicado na Journal of Ancient History and Archaeology, pesquisadores encontraram uma tábua feita de basalto vesicular medindo 24,1x20,1 cm com o registro de 60 símbolos diferentes, 39 dos quais não têm equivalência exata em outros sistemas de escrita antigos conhecidos. A tábua foi encontrada no lago Bashplemi, que está localizado em um planalto vulcânico cercado por colinas e é alimentado por pequenos afluentes do rio Mashavera.

Embora a idade exata da tábua seja incerta, os pesquisadores acreditam que ela foi criada no final da Idade do Bronze ou no início da Idade do Ferro (primeiro milênio a.C.) com base em artefatos relacionados, como argamassa de pedra e fragmentos de cerâmica encontrados na região que é conhecida por sua riqueza arqueológica.

Segundo os pesquisadores, a escrita pode ter registrado espólios militares, projetos de construção ou oferendas a divindades, referindo que estas informações teriam sido gravadas por métodos sofisticados com uma espécie de broca cônica para formar os contornos iniciais dos símbolos e instrumentos de cabeça arredondada para suavizar as marcas.

"Geralmente, a inscrição de Bashplemi não repete nenhuma escrita conhecida por nós; no entanto, a maioria dos símbolos usados nela se assemelham aos encontrados nas escritas do Oriente Médio, bem como nas de países geograficamente remotos, como Índia, Egito e Ibéria Ocidental", observaram os pesquisadores.

Ainda de acordo com a equipe de pesquisa, o sistema de sinais acrescenta complexidade à história cultural do Cáucaso, que tem sido vista como uma área periférica na história dos escritos antigos. O estudo aponta que a semelhança parcial desta inscrição com vários sistemas de escrita antigos está entre suas características mais fascinantes.

Textos antigos, como os de Apolônio de Rodes e outros autores gregos, fazem referência à escrita na região de Cólquida, parte da atual Geórgia ocidental, mas evidências arqueológicas diretas para tais sistemas têm sido escassas até então.