Pobreza no Brasil cai para o menor nível desde 2012, aponta pesquisa do IBGE
Segundo pesquisa, em um ano 8,7 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza no país.
A pobreza e a pobreza extrema no Brasil caíram para o menor nível registrado desde 2012, início da série histórica da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram divulgados pelo instituto nesta terça-feira (4).
Os dados levam em conta a chamada pobreza monetária, caracterizada quando a família não tem rendimentos suficientes para prover bem-estar. A pesquisa levou em conta a linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial, de US$ 6,85 (R$ 41) por pessoa por dia ou R$ 665 por mês.
De acordo com a pesquisa, de 2022 a 2023, o percentual da população do país abaixo da linha da pobreza caiu de 31,6% para 27,4%, a menor proporção desde 2012. Com isso, em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país. Numericamente, essa população recuou de 67,7 milhões para 59 milhões, o menor contingente desde 2012.
Segundo André Simões, analista do IBGE que integra a SIS, a redução se deu por conta de programas sociais, que impediram que o índice de Gini, coeficiente que mede a desigualdade, aumentasse.
"Por atuarem mais na base da estrutura de rendimentos, os efeitos dos benefícios de programas sociais impediram que o Gini aumentasse, pois sem esses benefícios, o Gini teria passado de 0,518 para 0,555."
Denise Guichard, analista do IBGE, afirma que o dinamismo no mercado de trabalho também contribuiu para o cenário.
"Esta redução se deve à melhora do mercado de trabalho, ao aumento no número de jovens que estudavam e estavam ocupados e também às mudanças demográficas que levam a uma gradual diminuição da população mais jovem no país."
A pesquisa mostra que mulheres, negros e pardos são os mais afetados pela pobreza e pobreza extrema.
O percentual de homens em situação de pobreza é de 26,3%, enquanto o de mulheres alcança 28,4%. Em relação à extrema pobreza, as proporções são, respectivamente, de 4,3% e 4,5%.
No recorte por cor, brancos representam 17,7% da população em situação de pobreza, enquanto entre os pardos, o percentual é praticamente o dobro, 35,5%; e entre os negros, 30,8%. Já na linha da extrema pobreza, entre os brancos são apenas 2,6%; enquanto pardos e negros são 6% e 4,7%, respectivamente.
Por Sputinik Brasil