CONFLITO UCRANIANO

EUA anunciam novo pacote de US$ 725 milhões para a Ucrânia, com minas terrestres antipessoal

Os Estados Unidos fornecerão US$ 725 milhões (R$ 4,4 trilhões) adicionais em assistência militar à Ucrânia, que inclui minas terrestres antipessoal, disse o secretário de Estado Antony Blinken nesta segunda-feira (2).

Publicado em 02/12/2024 às 19:17
© AP Photo / Hamish Blair

"Como parte do aumento na assistência que o presidente Joe Biden anunciou em 26 de setembro, os Estados Unidos estão fornecendo outro pacote significativo de armas e equipamentos urgentemente necessários para nossos parceiros ucranianos", disse Blinken em um comunicado à imprensa.

"Esta assistência adicional, fornecida sob a Autoridade de Retirada Presidencial exercida anteriormente dos estoques do Departamento de Defesa, é avaliada em US$ 725 milhões", especificou.

O novo pacote inclui mísseis Stinger, sistemas aéreos não tripulados (UAS), munições contra sistemas UAS, munições para o lançador de foguetes HIMARS, munições de artilharia de 155 mm e 105 mm, minas terrestres antipessoal não persistentes, mísseis antiblindados Javelin, AT-4 e TOW, além de equipamentos de proteção de infraestrutura, peças de reposição e outras auxiliares.

A Autoridade de Retirada Presidencial (PDA, na sigla em inglês) permite que a Casa Branca use seu estoque de armas para ajudar aliados durante situações de emergência. O Congresso norte-americano autorizou que Biden disponibilize, dessa forma, equipamentos no montante de US$ 4 bilhões (R$ 24 bilhões) a US$ 5 bilhões (R$ 30 bilhões) até o fim de seu mandato.

Esse é o maior pacote de ajuda dentro do escopo do PDA realizado por Biden. Antes, esse tipo de ajuda norte-americana variava entre US$ 125 milhões (R$ 758 milhões) e US$ 250 milhões (R$ 1,5 bilhão).

O envio de minas antipessoal eleva os riscos do conflito. A Convenção de Ottawa de 1997, também conhecida como Tratado de Proibição de Minas, proíbe uso, armazenamento, produção e transferência de minas antipessoal.

Esse armamento é proibido em 164 países, incluindo a Ucrânia, por conta dos perigos que trazem à população civil, uma vez que são projetadas para serem enterradas no solo.

Pelo direito internacional, são vistas como armas indiscriminadas, uma vez que o alvo não é definido e, apesar do seu projeto de torná-las inativas após alguns dias ou semanas, muitas vezes permanecem perigosas anos após o fim de um conflito.

O Kremlin declarou em diversos momentos que o fornecimento de armas à Ucrânia prolonga o conflito e dificulta sua resolução por meios pacíficos. Segundo Moscou, esse fornecimento também envolve diretamente os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no confronto.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou que as cargas de armas para a Ucrânia são consideradas um alvo legítimo para a Rússia.


Por Sputinik Brasil