EUA planejam gastar US$ 138 bi na modernização de armas nucleares, diz relatório
Os planos dos EUA de modernizar seu arsenal nuclear, inclusive os estoques destas armas na Europa e submarinos nucleares, gastando com isso US$ 138 bilhões (R$ 830,13 bilhões), significam, de fato, o início de uma corrida armamentista, diz um relatório do Fundo Roscongress, disponibilizado à Sputnik.
Em setembro de 2023, o estoque de ogivas nucleares dos EUA era de 3.748 unidades.
Segundo relatado, o ritmo de atualização das armas nucleares norte-americanas está aumentando.
"O Pentágono recebeu mais de 200 ogivas nucleares atualizadas em 2023, a maior entrega em um ano desde o fim da Guerra Fria. Os Estados Unidos planejam gastar cerca de US$ 138 bilhões na modernização de ogivas nucleares por meio do Departamento de Energia entre os anos fiscais de 2024 e 2049", diz o relatório.
Os autores também observam que são necessários cerca de US$ 500 bilhões (mais de R$ 3 trilhões) adicionais para o gerenciamento de estoques, o que inclui:
Como parte da modernização, os EUA estão aumentando a produção de núcleos de plutônio, que são a parte central de uma carga nuclear, servindo como estopim para sua detonação.
Além disso, a maioria das bases estadunidenses de armazenamento de armas nucleares na Europa está sendo modernizada.
Atualmente, cinco países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) dispõem de seis bases onde as bombas nucleares dos EUA estão armazenadas em instalações subterrâneas.
O programa também prevê uma renovação dos mísseis, bombardeiros e submarinos dotados de armas nucleares.
Nos próximos anos, as Forças Armadas dos EUA vão receber o mais recente bombardeiro B-21 Raider de quinta geração, o novo míssil balístico intercontinental LGM-35 Sentinel e o submarino nuclear da classe Columbia.
Em geral, mais de 67.000 funcionários estão envolvidos na implementação do programa de modernização de armas nucleares em larga escala.
Seu número aumentou em mais de 70% nos últimos dez anos.
"A implementação pelos EUA de programas em larga escala para modernizar as ogivas nucleares, substituir os vetores de lançamento de armas nucleares e aumentar a capacidade de produção de empresas de pesquisa e desenvolvimento dessas armas significa efetivamente uma corrida armamentista com a Rússia e a China", concluem os autores do relatório.
Ao mesmo tempo, ele destaca que a idade média das armas nucleares no estoque dos EUA em 2020 era de 27,5 anos, a maior já registrada nas forças nucleares dos Estados Unidos.