Taiwan realiza exercício de defesa visando viagem do líder taiwanês ao Pacífico, diz mídia
No próximo final de semana (30), o líder administrativo de Taiwan, Lai Ching-te, viaja até o Pacífico o que motivou a realização de exercícios de defesa por parte do comando da Força Aérea da ilha na manhã desta quinta-feira (28), segundo a mídia britânica.
Na manhã de hoje, os militares de Taiwan realizaram exercícios de defesa aérea para testar seus procedimentos de resposta e engajamento, considerando a viagem de Lai Ching-te até o Pacífico — com escala nos EUA, no próximo final de semana.
Em declaração, o comando da Força Aérea de Taiwan informou que por um período de duas horas a partir das 05h00 (18h00 do dia 27 de novembro, horário de Brasília), aeronaves, navios e sistemas de mísseis estavam envolvidos em um "exercício geral de plano de batalha de defesa aérea".
Segundo a apuração da Reuters, autoridades de Taiwan avaliaram como necessários os exercícios de prontidão porque esperam que a China realize novos exercícios militares próximos da ilha — considerada parte inalienável do território chinês por Pequim.
O exercício foi para "fortalecer a eficácia geral das operações de defesa aérea e testar os procedimentos de resposta e engajamento das forças de defesa aérea", acrescentou o comunicado militar de Taipé.
Ainda de acordo com o comunicado, Taiwan pretende continuar realizando exercícios que visem aprimorar seus mecanismos de defesa por meio de treinamentos práticos que antecipem as ameaças de segurança à ilha, referindo-se a Pequim como "inimiga".
Recentemente, a China realizou duas rodadas de grandes jogos de guerra em torno da ilha e, diariamente, aeronaves e navios são vistos nos céus e águas ao redor de Taiwan, o que segundo Taipé representa o assédio chinês e, em pior cenário, o risco de uma tentativa de invasão.
Pequim já reiterou inúmeras vezes que a reunificação é um processo irreversível e pacífico, mas que está preparada para um cenário em que precise utilizar a força.
Na quarta-feira à noite, o gabinete de Lai — visto como um independentista pelo gigante asiático — disse que "seria uma provocação flagrante ao status quo de paz e estabilidade na região" se a China usasse sua viagem como desculpa para lançar exercícios militares.
No mesmo dia, o governo chinês disse que tais paradas de trânsito eram "atos essencialmente provocativos que violam o princípio de Uma Só China" — princípio que rege as interações diplomáticas chinesas e proíbe os Estados que o reconhecem, como os EUA, a não manter relações oficiais com Taiwan.