INTERNACIONAL

Casa Branca confirma que Ucrânia pode usar ATACMS na região de Kursk, na Rússia

O coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, confirmou nesta segunda-feira (25) que a Ucrânia foi autorizada a usar mísseis balísticos ATACMS para disparos contra alvos na região de Kursk

Publicado em 25/11/2024 às 15:41
© AP Photo / Patrick Semansky

A confirmação foi dada durante coletiva de imprensa.

"Agora mesmo eles podem usar ATACMS para se defender em caso de necessidade imediata. E agora mesmo, compreensivelmente, isso está acontecendo em Kursk e […] na região de Kursk", Kirby disse a repórteres.

A declaração de Kirby ocorre após os recentes ataques ucranianos contra Bryansk e Kursk, nos quais o país fez uso do ATACMS. Vladimir Zelensky inclusive admitiu que essa não foi a primeira vez que a Ucrânia usou mísseis de longo alcance contra a Rússia.

Recado para o Ocidente

Na última quinta-feira (21), o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou um teste bem-sucedido do mais recente míssil hipersônico de alcance intermediário, Oreshnik. O Exército da Rússia conduziu um ataque com o projétil contra a cidade ucraniana de Dnepropetrovsk, importante produtora de armamentos que tem um dos maiores complexos industriais do país, conhecidos desde os tempos da União Soviética.

De acordo com o especialista em geopolítica Rodolfo Laterza, o Oreshnik é um sistema balístico hipersônico de alta precisão, capaz de atingir velocidades de Mach 10, ou seja, dez vezes a velocidade do som. Com um alcance de até 5.000 quilômetros e capacidade para operar ogivas MIRV (múltiplos veículos de reentrada independente), o míssil pode atingir vários alvos de forma simultânea, com trajetórias distintas, sendo considerado um marco no campo da tecnologia militar.

"É um sistema extremamente avançado. Até os próprios analistas russos ficaram surpresos com a sua efetividade e precisão", afirmou o especialista, também em declarações ao Mundioka.

Tito Lívio Barcellos Pereira, mestre em estudos estratégicos e doutorando em relações internacionais, explica em entrevista ao Mundioka, podcast da Sputnik Brasil, que "não foi um teste exatamente. Agora foi uma espécie de batismo de fogo de um modelo que provavelmente já devia estar sendo desenvolvido há muito mais tempo e que agora se tornou de conhecimento público".

Segundo ele, essa ação tem um "elemento estratégico" de mostrar capacidades militares inéditas e, ao mesmo tempo, enviar "um recado diplomático, um recado político" de que a Rússia está pronta para expandir suas retaliações.

Por Sputinik Brasil