'A ponto de piorar': Europa está na beira de nova crise energética devido às sanções ao gás russo
A Europa enfrenta uma nova crise energética, devido à diminuição das reservas de gás, à chegada do frio e às sanções impostas pelos EUA ao banco russo Gazprombank, que realizava operações de pagamento a importadores de combustível russo.
Apesar dos esforços da União Europeia para cortar o fornecimento de energia barata da Rússia, seu gás ainda chega às nações da Europa Central, Hungria e Eslováquia.
Na quinta-feira (21), o departamento do Tesouro dos EUA anunciou uma nova rodada de sanções contra a Rússia, incluindo o Gazprombank e seis subsidiárias estrangeiras na lista e restrições.
As restrições contra o Gazprombank podem ser vistas como uma tentativa de impedir o fornecimento de gás à Europa, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov. No entanto, garantiu que serão encontradas opções de pagamento, embora isso requeira algum tempo.
O A rota de abastecimento que passa pela estação de medição de gás na cidade russa de Sudzha é agora a única que garante o trânsito do gás russo através da Ucrânia para a Europa.
Tamanha insegurança energética fez com que os preços dos combustíveis subissem 45% durante 2024, nota a Bloomberg. O preço do gás na Europa ultrapassou os US$ 500 (R$ 2,9 mil) por mil metros cúbicos.
Aliado a isso, Kiev anunciou em agosto que não estenderá o contrato de trânsito entre a Gazprom e a Naftogaz da Ucrânia. A expiração iminente desse contrato em 1º de janeiro de 2025, alimenta ainda mais as preocupações com o fornecimento de inverno. Os preços dos futuros de gás do próximo verão são ainda mais altos do que os do inverno seguinte, mostram projeções baseadas em dados de corretoras.
"O rápido esgotamento das reservas de gás provoca uma nova crise energética na Europa", indica a publicação. "A situação está prestes a piorar, pois as entregas de gás que ajudaram a preencher as reservas em 2024 provavelmente não estarão disponíveis no próximo ano [2025], o que aumentará a pressão sobre os preços."
O aumento dos preços do gás deve aprofundar a crise do custo de vida do consumidor e aumentar a pressão sobre os fabricantes. "Isso está começando a se assemelhar a um cenário de 2022 em que a UE comprou gás a qualquer preço", disse Arne Lohmann Rasmussen, analista-chefe da Global Risk Management.
A Alemanha, que mais sofreu com as sanções lideradas pelos EUA à Rússia e agora depende de importações de gás natural liquefeito, provavelmente "sofrerá mais" mais uma vez, alertou Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank AS.
Apesar dos esforços da UE para acabar com as importações de seu gás, a Rússia se tornou a maior fonte de gás do bloco em setembro pela primeira vez desde a primavera de 2022. Sua participação atingiu 23,7%, calculou a Sputnik com base em dados do Escritório Europeu de Estatística.
Por Sputinik Brasil