Haddad diz que Defesa deve perder R$ 2 bi por ano com pacote de corte de gastos
Expectativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é anunciar as medidas de corte dos gastos públicos no início da próxima semana. Última reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acontece na próxima segunda-feira (25).
Mesmo com a tentativa do governo Lula de reaproximação com o setor militar nos últimos anos, o setor de Defesa do Brasil não vai ficar de fora do pacote de corte de gastos públicos. Conforme o ministro Fernando Haddad, a expectativa é os militares, que foram incluídos na medida há poucos dias, tenham uma redução orçamentária de cerca de R$ 2 bilhões ao ano. O valor será cortado da previdência.
"É difícil fazer o cálculo, porque os dados não ficam disponíveis para o [Ministério do] Planejamento e para o MGI [Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos], conforme a folha dos servidores [civis]. Mas o impacto é um pouco superior a isso, mas essa é a ordem de grandeza", disse Haddad a jornalistas após reunião com o presidente Lula, que teria inclusive solicitado à pasta que a Defesa fosse incluída na redução de gastos.
Pressão do mercado pelo corte de gastos públicos
Nos últimos dias, o dólar chegou a bater quase R$ 6 por conta da pressão do mercado pelo redução dos gastos do governo, além de falas do presidente Lula sobre a questão. Após alguns atrasos, porém, o ministro Haddad adiantou que o texto deve ser apresentado até a terça (26). Parte das medidas já foram encaminhadas aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
"Nós vamos bater com ele [Lula] a redação de um ou outro detalhe, inclusive o acordo que foi feito com [o Ministério da Defesa], que ele soube só informalmente por mim hoje [quinta]. Nós vamos bater com ele a redação e, ao fim da reunião de segunda, nós estaremos prontos para divulgar. Aí faremos isso na própria segunda ou na terça. É uma decisão que a comunicação vai tomar, mas os atos já estão limitados", afirmou.
Além disso, o ministro garantiu que o pacote é suficiente para que o arcabouço fiscal seja cumprido.
"O arcabouço fiscal é uma regra que é excelente para nós mirarmos o equilíbrio orçamentário e trabalhar nossa trajetória da dívida [púbica], retomada em algum momento da queda de juros, em algum momento do futuro próximo, para que nós tenhamos tranquilidade de continuar crescendo com a inflação dentro da meta, mirando o centro, que é isso que nós queremos. Então, até terça-feira, a gente tem uma definição", finalizou.