'Inveja' da PF? Aliados de Bolsonaro dizem que indiciamento é gesto para 'abafar' eleições de Trump
À Sputnik Brasil aliados e auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizaram que o indiciamento feito pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21) contra o ex-mandatário é um movimento que visa "abafar eleições de Trump".
Além disso, eles disseram que Bolsonaro será "o candidato com apoio de Trump em 2026". "Depois de tanto tempo, só decidiram fazer isso agora, depois da eleição de Trump?".
No entanto, Bolsonaro está inelegível por oito anos, contados a partir das eleições de 2022, devido à prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho do daquele mesmo ano.
Questionados pela Sputnik Brasil sobre qual é a sensação que paira sobre o grupo, auxiliares dispararam: "Será positivo. Isso [o indiciamento] não passa de uma perseguição política. Em 2026, veremos quem vai se sair melhor".
O Partido Liberal (PL) emitiu uma nota oficial em consonância com o que dizem auxiliares e assessores do ex-presidente.
"[...] O indiciamento de Jair Bolsonaro, de Valdemar Costa Neto e de outras 35 pessoas, comunicado na presente data pela Polícia Federal, não só era esperado, como representa sequência a um processo de incessante perseguição política ao espectro político que representam", diz a nota da sigla.
Nesta quarta-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pelas investigações da Polícia Federal (PF). Além dele, outros 36 aliados também responderão por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Operação Contragolpe
Na terça-feira (19), a operação Contragolpe da PF prendeu cinco pessoas acusadas de tramarem o golpe: o general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares.
Segundo as investigações, o plano de golpe foi elaborado por Fernandes e discutido na residência do general Walter Braga Netto, então ministro da Defesa, candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro na eleição de 2022.
De acordo com as investigações, um material sensível relacionado a um plano de execução das autoridades federais foi encontrado em aparelhos eletrônicos de Mauro Cid, o que colocou em xeque seu acordo de delação premiada, uma vez que o delator não pode omitir nenhuma informação. Hoje (21), no entanto, o ministro Alexandre de Moraes manteve o acordo homologado pela justiça.