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Arábia Saudita pode ser o 'freio de mão' para a gestão Trump em relação ao Oriente Médio, diz mídia

Após as nomeações pró-Israel de Trump para sua próxima gestão à frente da Casa Branca, os Estados árabes apostam na Arábia Saudita para evitar articulações israelenses para anexar a Cisjordânia ocupada, ocupar Gaza ou aumentar as tensões com Teerã.

Publicado em 20/11/2024 às 08:18
© AP Photo / Amr Nabil

Os Estados árabes apostam no relacionamento do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman com Trump para moderar as políticas do novo governo de Washington na região, alavancando o apetite do presidente eleito por acordos financeiros e seu desejo de fechar um "grande acordo" que levaria a Arábia Saudita e Israel a normalizar as relações, segundo o Financial Times (FT).

Segundo a apuração, o príncipe Mohammed seria "chave" para influenciar as políticas de Trump para acabar com a guerra de Israel contra o Hamas em Gaza.

Durante a gestão Trump (2017-2021), a Arábia Saudita adotou um estilo transacional e uma campanha de "pressão máxima" contra o Irã. Trump apoiou o príncipe Mohammed quando outros líderes ocidentais o ignoraram, especialmente depois do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, por agentes sauditas.

Esta intermediação com o Reino foi usada por Trump na região. O líder norte-americano chegou a se proclamar um intermediário final para um acordo que desse fim ao conflito entre Israel e a Palestina.

Embora sua investida diplomática tenha fracassado, ele intermediou os chamados Acordos de Abraão, nos quais os Emirados Árabes Unidos e três outros Estados árabes normalizaram as relações com Israel, e é nisso que a região se apoia para usar sua influência sobre Trump a seu favor no atual cenário de conflito.

No mês de outubro, Trump disse ao canal saudita Al-Arabiya, que as relações entre os EUA e a Arábia Saudita durante sua presidência foram "ótimas, com letras maiúsculas, Ó.T.I.M.A.S".

Mesmo após a posse de Joe Biden, Riad manteve laços com Trump, apesar de suas políticas regionais durante a gestão democrata terem sido recalibradas quando restaurou as relações diplomáticas com o Irã em 2023 — recentemente suspensas em razão do conflito entre Hamas e Israel, desde 7 de outubro do mesmo ano.


Por Sputinik Brasil