Xi em Brasília: visita visa promover sinergia nas estratégias de desenvolvimento dos 2 países
O presidente da China, Xi Jinping, chegou a Brasília ainda na terça-feira (19) para uma visita de Estado ao Brasil após participar da 19ª Cúpula dos Líderes do G20 no Rio de Janeiro
O presidente chinês já havia expressado seu interesse em ter um diálogo aprofundado com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva sobre o aprimoramento das relações China-Brasil. Em um artigo publicado na Folha de S.Paulo, Xi afirmou que pretendia inaugurar os novos "50 anos dourados" das relações bilaterais entre Pequim e Brasília.
O Brasil foi o primeiro país da América Latina a estabelecer uma parceria estratégica com a China, tendo sido caracterizado por Xi como "um precursor nas relações entre a China e outras nações em desenvolvimento". Durante esses 50 anos, os países resistiram a profundas mudanças no cenário geopolítico e seguem sendo parceiros estratégicos em diversos setores.
China e Brasil são dois dos principais países em desenvolvimento do mundo e, segundo o líder chinês, "devem trabalhar juntos com outros no Sul Global para garantir resolutamente os interesses comuns das nações em desenvolvimento, abordar os desafios globais por meio da cooperação e promover um sistema de governança global que seja mais justo e equitativo".
A visita de Estado de Xi fortalece a profunda parceria de ambos os países diante das mudanças climáticas, redução da pobreza, comércio justo, sistemas financeiros e ajuda ao desenvolvimento.
De acordo com o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, Brasil e China já assinaram 15 atos governamentais e anunciaram 32 acordos empresariais, em áreas como energias renováveis, indústria automotiva, agronegócio, linhas de crédito verde, tecnologia da informação, saúde e infraestrutura, entre outras iniciativas no combate às mudanças climáticas.
Saboia afirmou ainda na semana passada (13) que desta vez, o foco da visita chinesa será em finanças, infraestrutura, desenvolvimento de cadeias produtivas, transformação ecológica e tecnologia — o que poderia beneficiar o Novo PAC do governo, o Plano de Transição Ecológica e as Rotas de Integração Sul-Americana.
De acordo com a apuração do Estadão, uma fonte diplomática brasileira sob condições de anonimato afirmou que o resultado prático mais aguardado da visita é a participação do Brasil no projeto chinês Iniciativa Cinturão e Rota — que já mobilizou US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5,7 trilhões) em investimentos externos, conectando Ásia, África, Europa, Oriente Médio e América Latina — "mas com as suas condições, seus projetos e interesses, sem assinar um contrato de adesão".
Por Sputinik Brasil