Primeiro-ministro francês diz que acordo de livre comércio UE-Mercosul é 'inaceitável' para a França
O acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, o mercado comum da América do Sul que une Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil,
É o que disse, nesta quarta-feira (13), o primeiro-ministro francês Michel Barnier.
Mais cedo, Barnier se reuniu com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
"Informei a presidente que este acordo é inaceitável para a França nas condições atuais e não será [aceito]... Recomendei não ignorar a posição de um país como a França", disse Barnier aos repórteres.
Agricultores na pressão
Em outubro deste ano, lideranças francesas disseram estar preparando fundo para compensar os agricultores europeus pelos possíveis "impactos" que a liberalização do acordo poderia propiciar.
Anteriormente, esse tipo de recurso para driblar maiores barreiras já foi usado pelo bloco europeu.
Em 2021, a UE destinou € 5,4 bilhões (cerca de R$ 33 bilhões) para proteger setores afetados pela saída do Reino Unido do bloco. Em 2019, o então comissário de Agricultura, Phil Hogan, prometeu € 1 bilhão (R$ 6,13 bilhões) para o setor agrícola europeu em caso de desequilíbrios causados pelo acordo entre a UE e Mercosul.
Porém, a reação dos agricultores europeus ao atual plano foi negativa, relata a mídia. Eles acusam a Comissão Europeia de tentar "comprar seu silêncio".
Embora um negociador francês tenha admitido que o plano de compensação pode ser uma boa ideia, oficialmente, representantes franceses continuam a ameaçar bloquear o acordo, que pode ser interrompido se 45% dos países-membros, representando 35% da população da UE, se opuserem. Mesmo assim, as negociações entre Mercosul e UE parecem ganhar novo impulso, analisou a mídia.