ECONOMIA

Da agricultura à indústria aeroespacial: ministro da UEE destaca perspectiva econômica com o Brasil

Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o ministro de Cooperação Alfandegária da União Econômica Euroasiática (UEE), Ruslan Davydov, comentou as perspectivas de cooperação econômica com o Brasil.

Publicado em 13/11/2024 às 17:00
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Nos nove primeiro meses de 2024, o Brasil alcançou a marca recorde de US$ 1 bilhão (R$ 5,8 bilhões) em produtos agrícolas exportados para os países da UEE, bloco econômico composto por cinco países: Rússia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Armênia, totalizando um mercado de 190 milhões de pessoas.

Os países euroasiáticos abriram também, neste ano, seus mercados para novos produtos agropecuários do Brasil: erva-mate, amêndoas de cacau, suínos vivos, sêmen e embriões bovinos ("in vivo" e "in vitro"), e bovinos vivos reprodutores e de produção.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Ruslan Davydov, ministro de Cooperação Alfandegária da UEE, afirma que o bloco vê com bons olhos a perspectiva de crescimento do comércio com o Brasil, inclusive em outras áreas, como a siderurgia, microeletrônica e a indústria aeroespacial.

"O Brasil tem uma economia muito diversificada, tem a indústria aeroespacial, produção de aço e até microeletrônicos. Por isso acho que as perspectivas são muito proeminentes, porque hoje a Federação da Rússia presta muita atenção ao desenvolvimento industrial."

Davydov explica que a Rússia é o núcleo da União Euroasiática, responsável por 85% do comércio e 85% dos resultados econômicos do bloco. Por isso, a relação entre Moscou e Brasília, especialmente através do BRICS, é muito importante para o desenvolvimento de maiores laços entre o Brasil e os demais países da região.

"A última reunião em Kazan, na Rússia, mostrou que os países do BRICS estão muito interessados ​​em desenvolver relações internacionais", disse. "E um dos tópicos foi apenas os pagamentos internacionais por meio das instituições do BRICS."

"E se o BRICS for capaz de desenvolver algumas alternativas ao sistema financeiro atual, isso ajudará a desenvolver relações não apenas entre a União Eurasiática e os países BRICS, mas em todo o mundo."

Fronteiras dividem, a alfândega une

Presente no Brasil para participar do encontro anual da Organização Mundial das Alfândegas, Davydov ressalta à Sputnik Brasil que as alfândegas têm um papel fundamental no aprimoramento do comércio e desenvolvimento econômico dos países.

"Nosso lema é que as fronteiras dividem, mas a alfândega une."

Nesse sentido, uma das tarefas mais importantes é a harmonização dos procedimentos alfandegários, o que garante uma maior celeridade no processamento de produtos.

No evento deste ano, um dos tópicos mais abordados é o uso de novas tecnologias para acelerar esses procedimentos alfandegários.

"As tecnologias disruptivas de hoje podem cortar até 50 horas do tempo de movimentação das mercadorias. Isso é muito tempo, são dois dias. Você está acelerando o comércio internacional e auxiliando o crescimento dos países."