ORIENTE MÉDIO

Ocidente usa a Ucrânia para atingir objetivos geopolíticos na África, diz MRE do Mali

O Mali acredita que os países ocidentais estão usando a Ucrânia e sua cooperação com terroristas para perseguir objetivos geopolíticos na África, disse o ministro das Relações Exteriores do Mali, Abdoulaye Diop, à Sputnik.

Publicado em 13/11/2024 às 07:55
© AP Photo / Yuri Kadobnov

"Estamos convencidos de que a Ucrânia é provavelmente apenas a ponta do iceberg, com outras potências na região e além usando a própria Ucrânia para atingir objetivos geopolíticos em nossa região", disse o ministro.

O Mali está conduzindo uma investigação completamente independente sobre os laços da Ucrânia com terroristas, mas solicitará assistência da Rússia se necessário, acrescentou Diop.

"Se eles [as autoridades judiciais do Mali] precisarem de assistência, eles a pedirão. Nossas várias agências continuam trabalhando juntas para resolver esta situação", disse Diop, acrescentando que o sistema de justiça do país é completamente independente e capaz de fazer seu trabalho em condições de total autonomia.

Não há dúvidas sobre o envolvimento da Ucrânia na cooperação com terroristas, enfatizou o ministro.

Ao mesmo tempo, Mali, segundo ele, nunca foi hostil à Ucrânia e não consegue entender o motivo da agressão de Kiev, especialmente sua cooperação com grupos terroristas. O mundo, alertou Diop, cometerá um erro grave se não responder a tais ações de Kiev.

"Acreditamos que a Ucrânia está lutando a luta errada porque Mali nunca demonstrou hostilidade em relação à Ucrânia. Não entendemos por que a Ucrânia está se tornando um Estado agressor no Mali ao cooperar com grupos terroristas", enfatizou o ministro das Relações Exteriores.

Anteriormente, a mídia francesa, citando uma fonte militar do Mali, relatou que terroristas da aliança de grupos independentistas armados malinês CSP-DPA viajaram para a Ucrânia para receber treinamento.

Em agosto, o porta-voz da Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia (GUR, na sigla em ucraniano), Andrei Usov, primeiro admitiu, mas depois negou que seu país forneceu aos insurgentes malineses "informações e mais" para emboscar o Grupo Wagner russo no Mali.

A representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse à Sputnik que Kiev, incapaz de derrotar a Rússia no campo de batalha, decidiu abrir uma "segunda frente" na África apoiando grupos terroristas em países africanos amigos de Moscou.