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Mídia: após vitória de Trump, Europa precisa de autonomia para ter competitividade, diz premiê grego

Após a reeleição de Donald Trump para a Casa Branca, tudo o que autoridades europeias têm tentado evitar é uma guerra comercial com os EUA, mas, para isso, a Europa precisa fortalecer sua autonomia e melhorar sua competitividade.

Publicado em 13/11/2024 às 06:44
© AP Photo / Sergei Grits

Enquanto aguardam pela mudança de governo nos EUA, os aliados de Washington na Europa têm tentado mitigar a possibilidade de enfrentar dificuldades comerciais e alfandegárias com seu parceiro norte-americano, uma vez que o mais novo presidente eleito prometeu levar à cabo uma política protecionista para importações.

No entanto, para evitar que a situação chegue a este ponto, são precisas medidas que aumentem a autonomia estratégica para garantir que "a economia europeia se torne mais competitiva", é o que acredita o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis.

Falando à Bloomberg durante a COP29 no Azerbaijão, Mitsotakis acredita que por muito tempo a Europa ficou apenas nas palavras no que diz respeito à percepção e que a União Europeia (UE) tem "ficado para trás" nas relações de comércio com seus principais parceiros.

O premiê, que teve uma primeira conversa com o presidente eleito Trump por telefone na segunda-feira (11), diz que o diálogo foi "amigável", mas que o senso de urgência do que o bloco precisa fazer para retomar os investimentos para ampliar a competitividade, chegou, que é preciso sair "das palavras para a ação".

Para Mitsotakis, a necessidade de se aumentar o financiamento público e privado é uma das questões mais densas que precisa ser enfrentada. Segundo um relatório do ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, o bloco enfrenta um déficit de investimento anual na casa dos € 800 bilhões (cerca de R$ 4,8 trilhões).

Mesmo com a vitória de Trump e a iminente implementação de barreiras alfandegárias nos EUA, o premiê grego vê espaço para cooperação, citando o gás natural liquefeito (GNL) como uma saída dupla, tanto para uma articulação com o novo governo norte-americano, como para o atendimento das metas de transição energética a que a Europa se dispôs a atingir.

"Acho que há uma possibilidade na relação EUA-Europa de trabalhar com o presidente Trump e encontrar uma solução ganha-ganha", disse ele, ponderando ainda que "uma guerra comercial seria ruim" para ambos.