Premiê israelense admite pela 1ª vez que deu aval para ação com pagers no Líbano, diz porta-voz
Em entrevista à AFP, Omer Dostri, porta-voz de Benjamin Netanyahu, diz que o primeiro ministro-israelense deu aval à operação que matou pelo menos 40 e feriu cerca de 3 mil no Líbano em outubro.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, admitiu, pela primeira vez, ter dado "sinal verde" para o ataque com pagers e rádios comunicadores usados por integrantes do Hezbollah, que explodiram nos dias 17 e 18 de outubro, matando dezenas e mutilando milhares de pessoas.
A confirmação foi dada pelo porta-voz de Netanyahu, Omer Dostri, em entrevista à agência de notícias France Press (AFP) neste domingo (10).
"Netanyahu confirmou neste domingo que deu sinal verde para a operação com pagers no Líbano", disse o porta-voz à agência ao comentar o ataque.
A declaração de Dostri foi dada após um artigo do jornal Times of Israel apontar uma conversa entre Netanyahu e seus ministros, durante a reunião semanal de seu gabinete, na qual o premiê teria dito que a operação foi feita apesar da oposição de alguns integrantes da Defesa de seu governo.
"A operação de pager e a eliminação de [o líder do Hezbollah, Hassan] Nasrallah foram realizadas apesar da oposição de altos funcionários do establishment da Defesa e dos responsáveis por eles no escalão político", teria dito Netanyahu.
Segundo o texto, a declaração seria uma crítica ao ministro da Defesa demitido recentemente, Yoav Gallant, que foi substituído pelo atual ministro das Relações Exteriores, Israel Katz.
A operação com pagers ocorreu em dois dias consecutivos, em momentos distintos, e não atingiu apenas integrantes do Hezbollah que carregavam os dispositivos, matando também pelo menos 40 pessoas e ferindo cerca de 3 mil, uma vez que os aparelhos foram detonados em meio a praças, ruas e supermercados. As explosões precederam o início da ofensiva israelense no Líbano atualmente em curso.