Impactos para o Brasil? Amorim espera relação 'pragmática' e aberta ao diálogo com governo Trump
O republicano Donald Trump, derrotou a democrata Kamala Harris ao alcançar mais de 270 delegados nesta quarta-feira (6). Apuração segue em andamento no país, mas vários líderes mundiais já se pronunciaram, incluindo Lula.
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou por diversas vezes a "preferência" pela vitória da vice-presidente Kamala Harris para as relações entre Brasil e Estados Unidos. Apesar disso, o assessor especial Celso Amorim afirmou ao jornal O Globo que o governo federal terá uma relação "pragmática" com o republicano Donald Trump, que assume a presidência norte-americana a partir de janeiro.
Conforme Amorim, a postura é diferente nas campanhas eleitorais, no qual podem ocorrer diversos ataques, mas após conseguir um novo mandato, a expectativa é que Trump seja mais comedido com o governo Lula. Durante a apuração dos votos nos Estados Unidos, o deputado federal e filho do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL), Eduardo Bolsonaro, acompanhou o processo na residência do republicano na Flórida. Apesar dessa proximidade, o ex-chanceler não acredita que o movimento político do ex-presidente ficará fortalecido no Brasil
"Acho que o bolsonarismo não se fortalece, cada país é um país. A economia brasileira está se fortalecendo. Lula está sabendo conduzir de modo a não radicalizar com os adversários", disse ao jornal O Globo.
Além disso, o assessor especial adiantou que Lula está aberto ao diálogo e disse que ainda "é cedo" para saber se terá alguma conversa entre os dois antes da posse.
Mais cedo, Lula parabenizou Trump pela vitória eleitoral e declarou que "o mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade".
Haddad sobre vitória de Trump: 'dia amanheceu mais tenso'
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que "o dia amanheceu mais tenso" após o anúncio da vitória de Trump e pontuou que o atual momento é ainda mais desafiador. Apesar disso, viu o discurso de vitória mais moderado do que o ocorrido ao longo da campanha.
Haddad também comentou que ao longo da campanha as falas de Trump causaram "pressão nos mercados emergentes, países endividados e na Europa".