Analista: Trump como presidente vai buscar acordos 'pragmáticos', sem dinheiro para manter a Ucrânia
O analista estratégico Paolo Raffone afirmou à Sputnik que o 47º presidente dos EUA, Donald Trump, não deve garantir o orçamento norte-americano "para manter a Ucrânia à tona". Para ele, Biden e seus acólitos europeus "são história".
Ao longo de sua campanha eleitoral, Donald Trump expressou consistentemente sua relutância em continuar financiando a liderança de Vladimir Zelensky na Ucrânia. Após sua declaração de vitória na corrida presidencial dos EUA, Trump se dirigiu a seus apoiadores em um discurso comemorativo, prometendo "parar as guerras" em todo o mundo.
À frente da política externa, o republicano provavelmente mostrará abertura para soluções "pragmáticas" com aliados e inimigos para alcançar "vantagem máxima" para os EUA, supôs o especialista.
Em sua busca por uma agenda de interesse nacional, Trump pode redefinir as contribuições dos Estados Unidos para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), enfatizando que a proteção dos EUA para a Europa "não é uma carona grátis", observou Raffone.
"Trump garantirá aos europeus o escudo militar, mas cada Estado europeu terá que contribuir muito mais para a OTAN. As administrações anteriores dos EUA pediram para aumentar os gastos militares europeus acima de 2% do produto interno bruto [PIB]. Tal meta provavelmente será insuficiente durante o novo governo Trump", disse Raffone.
É difícil para Trump "aceitar qualquer ideia de autonomia estratégica europeia", enfatizou o especialista. Ele supôs que um novo governo Trump brandiria "uma combinação de comércio, tarifas e imposto de segurança para forçar os europeus a aumentar seus orçamentos militares e comprar mais dos norte-americanos".
Olhando para as eleições dos EUA de 2028, ninguém da "velha guarda" estará concorrendo, conjeturou Raffone, sugerindo que "novas forças surgirão durante o atual mandato de Trump".