Homem que matou esposa em São José da Tapera vai a júri popular
Acusado de matar a esposa com um tiro no peito, em 18 de junho do ano passado, em frente ao Fórum de São José da Tapera, Leandro Pinheiro Barros, 38, foi pronunciado a júri popular.
Mônica Cristina Cavalcante Alves Barros, 26, mãe de dois filhos menores, morreu após passar alguns momentos com a família e o criminoso, em uma apresentação junina promovida pela Prefeitura de Tapera.
Após uma discussão, Leandro deixou o local e se dirigiu para casa, onde pegou uma arma e aguardou a chegada da esposa na calçada do fórum.
Mônica foi para casa instantes depois do marido e, pressentindo o que estava para lhe acontecer, gravou alguns vídeos, dizendo que o que lhe acontecesse o marido seria o responsável.
A poucos metros de casa, ela foi parada por Leandro, que atirou em seu peito. Mônica teve morte imediata.
Com a decisão do pronunciamento à júri popular, Leandro, que está preso no sistema prisional, irá responder pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e por ter cometido o crime contra uma mulher por razões de violência doméstica
O criminoso foi denunciado pelo Ministério Público de Alagoas (MP-AL) e, segundo o promotor de Justiça, Fábio Bastos Nunes, possui um alto grau de frieza. “O tiro à curta distância, conforme resta evidenciado nos exames periciais, demonstra toda frieza na execução do crime, e denota a periculosidade real do acusado”, revela o promotor.
Após ter a prisão decretada, Leandro foi preso dez meses após o feminicidio, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde estava foragido.
Segundo o delegado Diego Nunes, titular da Delegacia de Tapera, o assassino afirmou em depoimento que, no dia do crime, estava embriagado e atirou em Mônica durante uma discussão após terem brigado em uma festa.
"Ele sempre frisa bem que estava embriagado, que não se lembra dos detalhes. Ele afirmou que estava arrependido. Demonstrou que foi um fato isolado. Alegou que não havia violência no relacionamento entre eles e que teria sido a primeira vez", disse o delegado.
Mônica e Leandro tinham uma relação de muita violência. A mulher, que trabalhava em uma creche em Tapera, era constantemente vítima de violência física e psicológica por parte do marido que, por muitos momentos, a mantinha em cárcere privado, junto com os filhos. Por medo, Mônica nunca denunciou o marido, um homem bastante conhecido em Tapera por ser uma pessoa de família violenta e com passagens pela polícia por formação de quadrilha, assassinatos, assaltos e roubos. Ele é filho de policial.