Homens armados com fuzis e pistolas invadem comunidade no Rio
Câmeras de segurança instaladas na Muzema, na zona oeste do Rio, registraram o momento em que dezenas de homens armados, todos vestidos de preto e com os rostos cobertos, entraram na comunidade, na manhã deste sábado, 19, por volta das 5h45. Os homens seriam milicianos tentando retomar o controle da região, atualmente ocupada pelo Comando Vermelho.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a região da Muzema está ocupada por policiais e que as imagens estão sendo analisadas pelo setor de inteligência da corporação.
Não há registro de confrontos até o momento. A PM informou ainda que, ao longo da semana passada, apreendeu no local um fuzil, uma escopeta, duas pistolas, 26 artefatos explosivos e munição, além de drogas e roupas táticas usadas por criminosos.
De acordo com a Polícia Civil, a ação teve "objetivo de desarticular grupos armados e combater atividades relacionadas à milícia e ao tráfico".
Na manhã deste sábado, nas redes sociais, a corporação informou que, mesmo após as apreensões feitas, "as investigações continuam para identificar e capturar os envolvidos nas atividades ilícitas praticadas naquela localidade".
Na última quarta-feira, 16, enquanto uma equipe do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) fazia uma operação na comunidade da Tijuquinha, na zona oeste, nove ônibus foram sequestrados e usados como barricada no Itanhangá, durante mais de duas horas.
Os coletivos foram atravessados na pista, entre as comunidades da Tijuquinha e da Muzema. Os criminosos levaram as chaves dos veículos e os passageiros foram liberados.
A região vive uma disputa de território entre milicianos e traficantes do Comando Vermelho.
O governo do Estado determinou que a Polícia Militar intensificasse o patrulhamento no entorno das comunidades César Maia, Sítio Pai João, Muzema e Tijuquinha com o objetivo de evitar que criminosos voltem a bloquear as vias públicas.
Nos últimos 12 meses já foram 136 veículos sequestrados. "A recorrência dos casos mostra a necessidade de ações efetivas por parte das autoridades de segurança pública do Rio de Janeiro", sustentou, em nota, a Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus do Rio. "É preciso, com urgência, garantir o direito de ir e vir do cidadão."