Preços de todas as hortaliças analisadas no atacado caem em agosto, mostra Conab
Os preços de todas as hortaliças analisadas no atacado no mês de agosto tiveram um movimento preponderante de baixa. A avaliação faz parte do 9º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta terça-feira, 24, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O estudo mensal colheu dados de importantes Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País.
A pesquisa da Conab considera as cinco hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) e as cinco frutas (laranja, banana, mamão, maçã e melancia) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
De acordo com o Boletim, a cebola foi a hortaliça com queda mais expressiva no preço, com baixa observada em todas as Ceasas. A média ponderada caiu 31,64% em relação a julho. Os porcentuais de baixa foram mais acentuados nas Ceasas de São José (SC), de 45,30%, e de Recife (PE), de 39,41%.
"O motivo pode ter sido a oferta crescente e a origem do bulbo em diversas áreas produtoras, notadamente por remessas feitas a partir da Bahia, Pernambuco, Goiás e São Paulo. Minas Gerais também enviou um volume significativo aos mercados, mas abaixo do observado em julho", destacou a Conab.
A batata também manteve-se na lista dos mais acessíveis, em termos de preço, apresentando novamente a tendência de queda. Em agosto, a média ponderada caiu 23,67%. A estatal explicou que "a permanência da grande quantidade ofertada nas Ceasas explica esse movimento. Deve-se destacar que em julho a oferta já havia apresentado aumento de cerca de 5%. No acumulado do ano, entretanto, as quantidades movimentadas de batata nas Ceasas em 2024 estão 6% menores em comparação com o mesmo período de 2023".
Segundo o levantamento, o tomate, a alface e a cenoura, embora com menores índices, também decresceram na média ponderada em -19,25%, -16,94% e -15,50%, respectivamente. No caso do tomate, o preço médio vem em queda desde junho/julho, com oferta bastante pulverizada, originada em vários Estados.
Para a alface, a diminuição foi em quase todas as Ceasas analisadas no boletim, com exceção da Ceasa/RJ, que apresentou alta de apenas 1,65%, e da Ceasa/GO, que mostra absoluta estabilidade de preço dessa hortaliça, sem variação com o mês anterior.
Já para a cenoura, em virtude da oferta abundante e da produção satisfatória na maioria das áreas produtoras, "não houve pressão de demanda sobre a oferta de Minas Gerais, a principal abastecedora do mercado, o que segurou os preços baixos do produto", argumentou a Conab.
Frutas
Contrariando as cotações do mês de julho e a tendência observada nas hortaliças, as frutas tiveram alta no mês de agosto nas Ceasas analisadas, especialmente mamão, banana, laranja e maçã, informa a Conab no Boletim.
A melancia foi a única fruta analisada que apresentou queda na média ponderada, com oscilação das cotações e aumento da oferta em boa parte das centrais de abastecimento, como as Ceasas do Sudeste, que tradicionalmente recebem bastantes frutas originárias de Ceres, em Goiás, e também de praças tocantinenses.
"Os preços começaram o mês em baixa e foram crescendo à medida que a demanda aumentava por causa da elevação do calor. As exportações começaram bem a temporada 2024/25, e devem ser positivas em decorrência da boa demanda externa", informou a estatal.
Conforme o estudo, "o mamão foi a fruta com maior oscilação entre os produtos analisados, com aumento de 48,90% na média ponderada de preços, com destaque para as Ceasas de Vitória/ES (+122,56%) e Ceagesp/SP (+81,48%), onde os preços médios registrados foram R$ 5,49 e R$ 5,20 o quilo, respectivamente".
Para a banana, de acordo com a Conab, "o aumento ocorreu por causa da estiagem no norte mineiro e na Bahia, além do estresse térmico na Região Sul, que prejudicou bastante a produção de banana nanica". A previsão é que a oferta de banana nos mercados deverá melhorar no fim do ano.
Quanto à laranja, a elevada destinação para processamento, em um contexto de oferta restrita da fruta, provocou a alta de preços na indústria, o que acabou por levar as cotações para o alto também no atacado e varejo, com boa demanda de consumo por causa do calor. "A colheita das variedades tardias deve iniciar em setembro, muitas dessas já comprometidas por causa de contratos com a indústria. As exportações brasileiras de suco de laranja registraram queda, por causa da redução da oferta da fruta", observou a Conab.
A maçã teve queda da comercialização e aumento dos preços, num contexto de quebra de safra do Sul. Com o controle das câmaras frias pelas classificadoras e o aumento da demanda nos primeiros dois terços do mês, principalmente com a volta às aulas, os preços subiram. As exportações continuaram baixas, em virtude do baixo volume da safra atual. As importações estiveram bastante aquecidas, tendo causado preocupação nos produtores ao pressionarem seus preços de venda.