EUA e Egito alertam que acordo de cessar-fogo em Gaza é ameaçado por aumento de tensões
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou nesta quarta, 18, que as escaladas surpreendentes nas tensões do Oriente Médio ameaçam inviabilizar os esforços para intermediar um acordo de cessar-fogo em Gaza. O secretário conversou com repórteres no Cairo, para onde viajou em busca de dar continuidade às negociações pelo fim dos conflitos na região.
Cada vez que os Estados Unidos e outros mediadores acreditam estar progredindo rumo ao acordo, aparecem "repetidamente" eventos que "ameaçam desacelerar, parar e descarrilar o acordo", disse Blinken, em resposta a uma pergunta sobre as explosões do dia anterior no Líbano. O secretário reiterou que os EUA ainda estavam reunindo informações sobre as circunstâncias do ataque ao pager e se recusou a fazer comentários mais específicos.
Ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty afirmou que a região estava à beira de uma guerra mais ampla e criticou as explosões direcionadas de terça-feira no Líbano. "Qualquer escalada, incluindo o que aconteceu ontem, certamente dificulta a obtenção de um acordo de cessar-fogo e a libertação de reféns e detidos", disse Abdelatty . "Certamente, o que aconteceu não só atrapalha as negociações atuais, mas também corre o risco de entrar em uma guerra em grande escala."
As falas ocorreram antes do ministro de Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarar que uma "nova fase" da guerra começou, em meio a uma série de novas explosões de painéis solares e walkie-talkies em várias partes do Líbano. Os ataques não são reivindicados por Israel, mas Gallant elogiou como "impressionantes" os resultados dos trabalhos do exército e das agências de segurança israelenses.
Os EUA, o Egito e outros parceiros internacionais afirmam que o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas é a melhor chance de conter as tensões regionais mais amplas.