EUA

Kamala Harris mira classe média com propostas centradas em saúde, moradia e impostos

Publicado em 14/09/2024 às 10:52
Kamala Harris mira classe média com propostas centradas em saúde, moradia e impostos Reprodução

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, apresentou uma série de novas propostas econômicas com foco em preços dos alimentos, tributação, moradia e despesas médicas, que, segundo ela, servirão para fortalecer a classe média.

Os planos representam as primeiras grandes propostas políticas divulgadas por Harris nas quatro semanas desde que o presidente Joe Biden desistiu da disputa e declarou seu apoio à vice-presidente. Um resumo do que Harris propõe:

Preços dos alimentos

Após anos de pesquisas mostrando que os americanos estão preocupados com a inflação, Harris pretende controlar os preços onde eles costumam ser mais perceptíveis: no supermercado. Ela está prometendo, já nos seus primeiros 100 dias de mandato, enviar ao Congresso uma proposta de limites federais sobre os aumentos de preços por produtores de alimentos e supermercados. Harris também está em busca de novos poderes para a Comissão Federal de Comércio e os procuradores-gerais dos estados, em todo o país, para aplicarem punições mais severas aos infratores. Ela também quer usar os órgãos reguladores do governo para desencorajar as fusões e aquisições entre grandes empresas da indústria alimentícia, que, segundo a vice-presidente, contribuíram para a alta dos preços.

Moradia

Harris propõe a construção de 3 milhões de novas unidades habitacionais ao longo de quatro anos, o que ela considera que aliviaria a "grave escassez de moradia nos EUA". Ela também planeja propor legislação para criar uma nova série de incentivos fiscais para as construtoras que investirem em habitações "básicas", destinadas a pessoas que vão comprar um imóvel pela primeira vez.

A vice-presidente quer também um fundo de inovação de US$ 40 bilhões, dobrando o valor de uma iniciativa semelhante criada pelo governo Biden, para financiar as empresas que construírem unidades habitacionais com aluguel acessível. Harris pretende agilizar os processos de análise e concessão de alvarás, para que os imóveis cheguem mais rapidamente ao mercado.

Ela diz ainda que pode reduzir os custos de aluguel, limitando os investidores que compram imóveis em grandes quantidades, e também restringindo o uso de ferramentas de precificação que, segundo ela, incentivam o conluio entre os proprietários para aumentar os ganhos. Harris também quer expandir um plano do governo Biden para oferecer US$ 25 mil em auxílio para pagamento de entrada na compra de imóveis por alguns locatários, de forma a incluir uma faixa bem maior de compradores do primeiro imóvel no país.

A vice-presidente também apoiou o reaproveitamento de terras federais para abrir espaço para novas moradias populares, uma ideia que Biden apoiou em sua primeira campanha à presidência, e à qual Trump também se manifestou favorável.

Tributação e despesas médicas

Harris quer agilizar uma iniciativa do governo Biden que permitiu ao Medicare e a outros programas federais negociar com os fabricantes para reduzir o custo dos medicamentos prescritos, com o objetivo de reduzir os preços de alguns dos medicamentos mais caros e de uso mais comum em 40 a 80%, a partir de 2026. Ela também prometeu promover a concorrência, com medidas para aumentar a transparência das práticas de precificação da indústria farmacêutica.

Harris prometeu colaborar com instituições estaduais para perdoar US$ 7 bilhões em dívidas médicas, alcançando até 3 milhões de americanos que preencham os requisitos.

A vice-presidente também propôs tornar permanente um crédito tributário de US$ 3.600 por filho para as famílias que se enquadrem nos pressupostos, e oferecer um novo crédito tributário de US$ 6 mil para aquelas com filhos recém-nascidos. Ela diz que o governo Harris procuraria expandir o crédito tributário por renda auferida, para reduzir a tributação de alguns trabalhadores da linha de frente em até US$ 1.500, e reduzir os tributos sobre os planos de saúde oferecidos no mercado criado pela Lei de Saúde Acessível./AP