BCE diz estar pronto para ajustar juros como necessário, para garantir inflação na meta de 2%
O Banco Central Europeu (BCE) afirmou que está "pronto para ajustar os instrumentos como for necessário para garantir" o retorno da inflação à meta de 2%, em comunicado da decisão monetária desta quinta-feira. Na reunião de setembro, encerrada na manhã desta quinta, os dirigentes decidiram ampliar o spread entre juros de empréstimos e de depósitos, que agora ficará em 15 pontos-base.
No comunicado, o banco central pondera que a atividade econômica está enfraquecida, mas que a inflação doméstica e o avanço salarial seguem em ritmo elevado, exigindo manutenção prolongada dos juros restritivos. Assim, as mudanças nos juros visam "preservar a transmissão da política monetária" e "garantir a estabilidade de preços".
Além disso, o BCE elevou projeções para a o núcleo da inflação na zona do euro, prevendo um repique dos preços na parte final do ano. Agora, a equipe do banco central prevê que o núcleo avançará 2,9% em 2024 e 2,3% em 2025, em comparação aos 2,8% e 2,2% previstos em junho. Entretanto, foram mantidas inalteradas em setembro as projeções para o índice cheio da inflação europeia para 2024 e 2025, em 2,5% e 2,2%, respectivamente.
Para 2026, a equipe de analistas do BCE projeta avanço de 1,9% do índice cheio e de 2% do núcleo da inflação, dentro da meta do banco central.
Sobre o Produto Interno Bruto (PIB), o BCE cortou projeções de crescimento econômico em 2024 - de 0,9% para 0,8% - e em 2025 - de 1,4% para 1,3%. Em 2026, a previsão é de alta de 1,5% do PIB.