ANÁLISE

Dados macroeconômicos corroboram conjuntura positiva para serviços, diz IBGE

Publicado em 11/09/2024 às 13:14
Dados macroeconômicos corroboram conjuntura positiva para serviços, diz IBGE Reprodução

A conjuntura macroeconômica favorável, que inclui o mercado de trabalho aquecido e uma inflação mais comportada, tem ajudado no bom desempenho do setor de serviços no País. A avaliação é de Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Obviamente, alguns dados de conjuntura auxiliam e corroboram o bom momento do setor de serviços", disse Lobo, mencionando o mercado de trabalho e "índices de preços relativamente bem comportados".

Lobo cita ainda que, embora a taxa de juros não caia conforme o desejado, o patamar atual não pressiona, por ora, decisões de investimentos dentro do setor de serviços. "Os dados macroeconômicos sabidamente, de alguma forma, corroboram a manutenção de conjuntura positiva, especialmente para esses setores que estão mostrando destaques", afirmou.

O volume de serviços prestados no País cresceu 1,2% em julho ante junho, alcançando novo patamar recorde. A expansão de julho teve como principal contribuição o avanço de 4,2% no segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares. O segundo maior impacto positivo partiu de informação e comunicação, com alta de 2,2%. O terceiro segmento com avanço foi o de outros serviços (0,2%).

O segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares teve influência, em julho, de uma grande empresa do setor de agenciamento de espaços de publicidade. Já a atividade de informação e comunicação "tem crescido de forma muito consistente", observou Lobo.

Há demanda por serviços de segurança da informação e de soluções diversas diante da operação de novas plataformas para negócios, mas também de consumidores que "cada vez mais consomem a partir de plataformas digitais", disse ele.

Na direção oposta, o setor de transportes exerceu o principal impacto negativo, com queda de 1,5%, seguido pelos serviços prestados às famílias, -0,2%.

A queda nos transportes em julho tem influência de uma menor produção das indústrias extrativas, justificou Lobo. A safra agrícola menos pujante neste ano do que em 2023 também afetou o transporte de cargas, enquanto a alta de preços das passagens aéreas impactou o transporte aéreo de passageiros.

"Tanto olhando pela ótica setorial quanto pela ótica regional, tem ligeira disseminação maior de expansão de serviços", disse Lobo.

Regionalmente, 14 das 27 unidades da federação registraram expansão no volume de serviços em julho ante junho. O maior impacto positivo partiu de São Paulo (2,4%), seguido por Distrito Federal (14,8%), Rio de Janeiro (0,6%), Minas Gerais (0,9%) e Rio Grande do Sul (1,5%). Na direção oposta, as principais influências negativas foram de Espírito Santo (-2,3%), Mato Grosso (-1,7%) e Paraná (-0,2%).